A Agência Nacional de Telecomunicações – Anatel – aprovou, na semana passada, o uso de Wi-Fi nas faixas de frequência de 5,9 GHz e 7,1 GHz. Trata-se de uma medida importante para garantir a adequação do Brasil aos novos padrões de internet sem fio.

Atualmente, o país permite que dispositivos Wi-Fi operem nas frequências 2,4 GHz e 5 GHz. Quanto menor a faixa, maior o alcance do sinal. Por outro lado, pior é o desempenho. Com a decisão da Anatel, os roteadores poderão futuramente acessar redes menos suscetíveis a congestionamentos e com capacidade de processar um maior volume de dados durante as conexões.

Isso vai depender, no entanto, da integração do Wi-Fi de 6 GHz com a tecnologia do Wi-Fi 6. Vale lembrar que os dois termos descrevem coisas diferentes. O Wi-fi corresponde a evolução da tecnologia que promete mais velocidade e suporte a um número maior de dispositivos simultaneamente. Já o Wi-fi de 6 GHz configura apenas a nova frequência aprovada pela Anatel e órgãos reguladores de outros países.

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Foto: Agência Brasil

A combinação desses dois recursos dará origem a um novo padrão de internet sem fio chamado Wi-Fi 6 E. A expectativa da Wi-Fi Alliance é que esse novo padrão possa beneficiar múltiplos setores da sociedade a partir do aprimoramento do suporte a serviços de realidade virtual e realidade aumentada, assim como streamings de conteúdo em alta resolução, videoconferências, entre outros.

O Wi-Fi 6 utiliza espectro não-licenciado, ou seja, não existe a necessidade de um operador da faixa, permitindo que qualquer usuário possa utilizar as faixas de frequência com seu próprio equipamento.

Regulamentação

O Conselho da Anatel estabeleceu um período de 90 dias para discutir questões técnicas e as condições de uso das frequências de 6 GHz e 7 GHz. Vale lembrar, no entanto, que União Internacional de Telecomunicações (UIT), órgão subordinado à Organização das Nações Unidas (ONU), prevê a discussão do uso da faixa de 7 GHz para a tecnologia 5G somente em 2023.

Para a agência, no entanto, as discussões no país devem continuar “a despeito de encaminhamento, em âmbito internacional, de estudo para eventual atribuição da faixa de 7.025-7.125 MHz para uso por serviços móveis (IMT), cuja previsão de conclusão é 2023”.

Fonte: Teletime