No ano de 1110, uma nuvem de partículas ricas em enxofre fluiu pela atmosfera encobrindo totalmente a Lua e estrelas, deixando o céu escuro por meses ou até anos, antes de finalmente cair na Terra. Agora, após quase um milênio, a causa do mistério pode finalmente ter sido encontrada.

A existência do evento é conhecida por conta de pesquisas feitas através de perfurações de geleiras. As amostras mostraram que o gelo prendeu aerossóis de enxofre produzidos por erupções vulcânicas que atingiram a estratosfera e se estabeleceram na superfície. Porém, identificar a data precisa de um evento que deixa suas marcas na geleira é um assunto delicado.

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A primeira ideia dos cientistas era de que foi a erupção do vulcão Hekla, na Islândia, em 1104. No entanto, pesquisas mostraram que a deposição do sulfato não começou até o fim de 1108 ou início de 1109, descartando a hipótese.

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Possíveis causas

Para investigar o que, de fato, causou o fenômeno, a equipe vasculhou uma documentação histórica sobre registros de eclipses lunares estranhos que pudessem corresponder à névoa de grandes eventos eruptivos.

Após a análise, uma das conclusões apontam para uma erupção do Monte Asama, no Japão, que durou meses no ano de 1108. “Houve um incêndio no topo do vulcão, uma espessa camada de cinzas no jardim do governador: em todos os lugares os campos são impróprios para o cultivo. Nunca vimos isso no país. É uma coisa muito estranha e rara”, mostrou um diário da época.

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Outra hipótese se relaciona à análise feita nos anéis de árvores, que mostrou que o ano de 1109 foi mais frio que o comum, já que os anéis eram significamente gelados. Além disso, os pesquisadores encontraram uma “abundância de testemunhos referentes a condições climáticas adversas, falhas de safras e fomes nesses anos”.

Naturalmente, apenas esses eventos não podem ser considerados provas do evento, porém, a equipe afirma que todas as evidências juntas sugerem um conjunto de erupções vulcânicas entre 1108 e 1110, que causaram terríveis consequências, incluindo o “desaparecimento” da Lua.

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Via: Science Alert