Primeiro epicentro da pandemia do novo coronavírus, a cidade chinesa de Wuhan proibiu, nesta quarta-feira (20), o consumo e a comercialização de animais silvestres.

As autoridades locais também vedaram a caça das criaturas, com exceção para atividades relacionadas à pesquisa científica, controle populacional, monitoramento de doenças epidêmicas e outras “circunstâncias especiais”.

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A cidade ainda anunciou um plano de compensação financeira para fazendeiros interromperem a criação de animais selvagens. O governo pretende comprar os animais, que agora não podem mais ser criados para abate.

As novas regras foram estabelecidas após uma série de pesquisadores apontarem que o novo coronavírus pode ter sido transmitido a humanos por morcegos. Um mercado de animais em Wuhan chegou a ser associado como um possível local de origem da pandemia.

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Apesar disso, ainda não há evidências que confirmem as duas hipóteses, uma vez que o ‘paciente zero’ ainda não foi identificado. Um estudo recente, inclusive, mostra que o vírus já havia se adaptado à transmissão e infecção humana antes de se disseminar no mercado da cidade chinesa.

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Paisagem panorâmica de Wuhan. A província de Hubei, onde a cidade está localizada, contabilizou 67 mil casos e 3.2 mil óbitos confirmados de Covid-19. Imagem: iStock

Modelo nacional

De acordo com a reportagem da CBS News, oficiais de Wuhan acreditam que as diretrizes da cidade podem contribuir para a formulação de regras nacionais, principalmente quanto a proposta de comprar os animais silvestres de criadores. A China já proibiu anteriormente a venda de criaturas selvagens como alimento. Porém, o comércio permanece legal para outros fins, incluindo a prática da medicina tradicional.

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Enquanto as autoridades de Wuhan ainda não divulgaram os pormenores do plano de compras de animais silvestres, duas províncias centrais já detalharam suas regras. Na sexta-feira (15), Hunan instaurou um programa de compensação para persuadir criadores a criar outros tipos de animais ou produzir chá e medicamentos fitoterápicos.

O poder público vai avaliar as fazendas e instalações de criação e oferecer um pagamento único com base em uma tabela de valores pré-definida. Os criadores receberão, por exemplo, cerca de 120 yuan (US$ 16) por cada quilograma de cobras-rato e 75 yuan por quilograma de “ratos de bambu”.

A província vizinha de Jiangxi adota uma esquema semelhante. De acordo com um jornal estatal Jiangxi Daily autoridades estimam investir pelo menos 1.6 bilhão de yuan (US$ 225) para comprar os estoques de animais silvestres dos criadores da região.

Fonte: CBS News