Cientistas conseguiram detectar pela primeira vez um “brilho” verde ao redor de Marte, resultado da interação do dióxido de carbono na atmosfera do planeta com a radiação ultravioleta do Sol. O fenômeno também acontece na Terra, e já foi fotografado por astronautas na Estação Espacial. Há 40 anos os cientistas estimavam que ele também acontecia em Marte, mas não havia comprovação direta desde então.

Os cientistas usaram os instrumentos do satélite ExoMars Trace Gas Orbiter (TGO), operado pelas agências espaciais da Europa (ESA) e Rússia (Roscosmos), que foi colocado em um modo especial e apontado diretamente para o planeta. De acordo com dados coletados entre abril e dezembro do ano passado, os cientistas encontraram evidência de um brilho esverdeado causado pelo oxigênio em altitudes que variam de 20 a 400 km, com a maior intensidade a 80 km.

“Modelamos esta emissão e concluímos que ela é produzida principalmente quando o dióxido de carbono, ou CO₂, é reduzido a seus componentes básicos, monóxido de carbono e oxigênio”, explicou Jean-Claude Gérard, da Universidade de Liège, na Bélgica, e principal autor do estudo. “Vimos os átomos de oxigênio resultantes brilhando tanto na luz visível quanto no ultravioleta”.

“As observações em Marte concordam com os modelos teóricos anteriores, mas não com o brilho que vemos ao redor da Terra, onde a emissão visível é muito mais fraca”, disse o pesquisador. “Isso sugere que temos mais a aprender sobre o comportamento dos átomos de oxigênio, o que é imensamente importante para nosso conhecimento da física atômica e quântica”.

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Fonte: Futurism