Nesta semana, os Estados Unidos ordenaram o fechamento do consulado chinês em Houston, Texas. Em resposta, a China determinou nesta sexta-feira (24) que o consulado norte-americano em Chengdu também seja fechado. Isso representa uma grande deterioração na relação entre as duas maiores economias do mundo.

Recentemente, a China mantém uma política de reagir às ações dos EUA de forma equivalente, comprovado com o fechamento do consulado de Chengdu, na província de Sichuan, sudoeste do país. Em termos de escala e impacto, ambas as ações são equivalentes.

Após ser surpreendido com um aviso de 72 horas para encerrar as atividades e esvaziar o consulado em Houston (prazo encerrado nesta sexta-feira), o governo chinês fez um apelo aos EUA para que reconsiderassem a decisão, e prometeu retaliação.

“A medida dos EUA violou seriamente a lei internacional, as normas básicas das relações internacionais e os termos da Convenção Consular China-EUA”, afirmou a chancelaria da China em comunicado. “Ela prejudicou gravemente as relações China-EUA”.

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Presidentes Donald Trump e Xi Jinping, em encontro durante a Cúpula do G20 no Japão. Imagem: Casa Branca/Shealah Craighead

“O Ministério das Relações Exteriores da China informou à Embaixada dos EUA na China de sua decisão de retirar seu consentimento para o estabelecimento e a operação do Consulado-Geral em Chengdu”, continuou a chancelaria. O Departamento de Estado norte-americano e a Embaixada dos Estados Unidos em Pequim não se pronunciaram sobre a decisão.

Segundo Wang Wenbin, porta-voz da chancelaria chinesa, parte dos funcionários do consulado de Chengdu está “realizando atividades que não se alinham com suas identidades”, o que interferiu nos assuntos chineses e prejudicou os interesses de segurança do país, mas não deu detalhes sobre quais atividades seriam essas.

Assim como aconteceu com os funcionários de Houston, o consulado em Chengdu tem 72 horas para fechar. O prazo vale até às 10h de segunda-feira, de acordo com o editor do jornal Global Times no Twitter.

Depois do anúncio, os mercados de ações globais entraram em queda, acompanhando uma baixa acentuada das ações blue chips chinesas (que caíram 4,4%) e o iuan, moeda oficial da China, que teve sua maior baixa em duas semanas.

Mike Pompeo, secretário de Estado norte-americano, afirmou em discurso nesta quinta-feira (23) que os EUA e seus aliados precisam usar “meios mais criativos e assertivos” para pressionar uma mudança de conduta do Partido Comunista Chinês. Ele classificou o esforço como a “missão de nosso tempo”.

Diversas situações criaram as tensões entre China e Estados Unidos, chegando ao ápice em 2020. A repressão do país asiático à Hong Kong, o novo coronavírus, as brigas relacionadas à Huawei e seu 5G e as reivindicações de Pequim ao Mar do Sul da China são algumas das causas desse conflito.

Via: Época Negócios