Atualmente, uma das maiores preocupações mundiais é a criação de imunização contra o novo coronavírus. Para ajudar com isso, um projeto prevê a criação de uma aliança mundial de vacinas contra a Covid-19. Conhecido como ACT, o grupo deve contar com 25 membros de conselho, dentre eles o Brasil.
Além de sugerir que nosso país estará entre os integrantes, o rascunho do projeto indica que a iniciativa foi criada com o objetivo de acelerar os avanços das pesquisas que buscam diagnóstico e tratamento contra a doença – e coordenar a distribuição da vacina quando estiver disponível.
A participação do Brasil ocorre justamente por sua influência populacional e pela dimensão de mercado que pode ajudar a determinar o preço e o volume da produção de vacinas. Apesar disso, o governo ainda não definiu como a participação vai ocorrer – apesar de ter enviado cartas aos órgãos internacionais indicando interesse na participação.
Além do Brasil, podem estar presentes Estados Unidos, China, África do Sul, Rússia e Índia. Apesar disso, não se sabe como a participação dos EUA deve ocorrer. Isso porque o presidente do país, Donald Trump, anunciou sua saída da OMS, que faz parte da coordenação da aliança.
Brasil deve fazer parte de aliança para distribuição da vacina contra a Covid-19. Foto: Dado Ruvic/Reuters
Em abril deste ano, a OMS reuniu vários governos para discutir a participação na ACT. Um dos mecanismos utilizados pelo órgão seria o Covax, um consórcio que tem como objetivo assegurar a existência de estoques mundiais de vacinas e que também pensa em um plano de distribuição mundial.
O intuito da criação da aliança é o de evitar uma corrida dos países pela imunização contra a doença e uma espécie de guerra financeira, em que milhões de residentes de locais mais pobres fiquem sem a vacina.
Para evitar isso, em um primeiro momento, os países participantes receberiam imunizações para o equivalente a 3% de sua população. Essa quantidade seria utilizada principalmente para vacinar aqueles que estão na linha de frente do combate à Covid-19. Na segunda fase, cerca de 20% da população seria vacinada. Esse total inclui idosos e pessoas com doenças crônicas.
Apesar de garantir o recebimento das vacinas, participar do conselho não significa acesso gratuito a elas. Como o Brasil é considerado um país com renda média, terá de pagar pelas imunizações.
Pelo que se sabe até o momento, o governo brasileiro precisará realizar o pagamento de uma primeira parcela, equivalente a 15% do valor final das vacinas. Ainda não há informações sobre o montante, já que tudo depende da divisão feita pelos países participantes e o preço final da criação.
Em declaração ao Uol, o Ministério da Saúde diz que os contratos com valores devem ser concluídos até o fim de agosto. “O valor dependerá do preço final da vacina e cada país participante deverá contribuir com soma suficiente para imunizar 20% de sua população”.
Segundo Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, os próximos três meses serão fundamentais para que o projeto seja construído. No entanto, ele alerta que a OMS enfrenta um problema relacionado ao valor de investimento na iniciativa. Ele aponta que o dinheiro que a agência tem representa apenas 10% do valor necessário para o financiamento.
Via: Uol
Esta post foi modificado pela última vez em 10 de agosto de 2020 14:30