Pesquisadores da Universidade Clemson na Carolina do Sul, EUA, descobriram uma nova composição para baterias de Íons de Lítio que pode resultar em baterias que pesam menos, armazenam mais energia e carregam mais rápido, algo muito útil na exploração do espaço, onde cada grama de peso representa um custo extra. A pesquisa foi possível graças a financiamento recebido da Nasa.

Segundo Ramakrishna Podila, do Instituto de Nanomateriais de Clemson, “a maioria dos satélites recebe sua energia da luz do Sol. Mas é necessária uma forma de armazenar energia para quando eles estão na sombra da Terra. Temos que tornar as baterias o mais leve possível, porque quanto maior o peso de um satélite, maior é o custo da missão”.

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Uma bateria de Íons de Lítio tradicional é como uma pilha de cartas de baralho, onde cada carta representa uma camada de grafite onde a carga elétrica é armazenada. O problema, segundo Podila, é que “a grafite não consegue armazenar muita carga”.

Já faz algum tempo que os cientistas sabem que o silício é uma melhor opção, já que pode armazenar muito mais carga. O problema é que as “folhas” de silício que teriam de ser usadas na construção da bateria tendem a se fragmentar durante a carga e descarga, e com isso a bateria para de funcionar.

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Como manter o silício intacto é difícil, Podila e sua equipe decidiram fazer ele funcionar mesmo quando fragmentado. O material foi dividido em nanopartículas, que tem maior estabilidade e longevidade, e elas foram integradas a um material chamado Buckypaper, feito com nanotubos de carbono.

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Segundo Podilla, a vantagem do arranjo é que mesmo que as nanopartículas se quebrem, elas continuam fazendo parte do “sanduíche” que compõe a bateria. “As lâminas de nanotubos de carbono mantém as nanopartículas eletricamente conectadas entre si, disse Shailendra Chiluwal, estudante de graduação da CNI e autora principal do estudo. “Estes nanotubos formam uma estrutura quase tridimensional, mantém as partículas de silício unidas mesmo após 500 ciclos e reduzem a resistência elétrica decorrente de sua quebra”.

Além de armazenar mais energia e serem mais estáveis, as novas baterias podem ser carregadas mais rapidamente, até quatro vezes mais rápido que as tradicionais, usando uma corrente elétrica maior.

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“O uso de silício como ânodo em uma bateria de íons de lítio representa o ‘santo graal’ para pesquisadores em nosso segmento”, diz Apparao M. Rao, diretor do CNI e investigador principal na pesquisa. Segundo ele, as baterias serão usadas em breve em veículos elétricos. “Nosso próximo passo é trabalhar com parceiros na indústria para levar esta tecnologia dos laboratórios para o mercado”, disse Podila.

Fonte: TechExplore