Os 30 pesquisadores do projeto emPOWER, financiados pela instituição britânica EPSRC (Conselho de Pesquisa em Ciências Físicas e Engenharia), pretendem desenvolver músculos robóticos e artificiais para implantes até 2050. O objetivo é restaurar o corpo humano, ao ponto de retroceder o relógio biológico e, possivelmente, adiar o envelhecimento

“Estamos trabalhando com o princípio de que implantar músculos robóticos e artificiais para substituir, ou trabalhar ao lado dos nossos próprios músculos, pode restaurar a função natural do corpo e ajudar todos nós a ter uma vida mais longa, confortável e ativa”, explicou em comunicado, Jonathan Rossiter, professor de robótica da Universidade de Bristol e líder da iniciativa. 

De acordo com Rossiter, o plano do emPOWER é criar um sistema de músculos recarregáveis a partir de aparelhos de energia externos ao corpo. O implante tornaria esses tecidos robóticos capazes de, por exemplo, dialogar com partes internas do organismo, como o sistema nervoso
 
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O desenvolvimento de músculos artificiais pode ajudar na criação de novos tratamentos para a sarcopenia. Crédito:Universidade de Bristol/Divulgação 
 
Em termos científicos, isso significa que os músculos artificiais serão biocompatíveis, podendo se integrar com os órgãos não-robóticos. Um exemplo seriam músculos biônicos que reagem com o tecido ósseo natural e ajudam a coordenar os movimentos de um paciente com dificuldades de andar. 
 
Tal possibilidade pode ajudar a desenvolver opções novas de tratamentos para doenças como a sarcopenia, condição atrelada à velhice que consiste no desgaste muscular e na perda da musculatura esquelética. Atualmente, os modos mais populares de combater esse problema são externos, como o uso de aparelhos ortopédicos, tais como órteses.
Esses dispositivos médicos, além de removíveis e temporários, podem muitas vezes ter efeitos colaterais, desgastando ainda mais os tecidos musculares em alguns casos. A possibilidade de um implante artificial, portanto, pode mudar esse cenário, que ainda é limitado em alternativas e afeta cerca de 20% das pessoas com mais de 75 anos, segundo a SBGG (Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia). 

Fonte: Universidade de Bristol via Eurek Alert