Foi em 24 de agosto de 2011 que Steve Jobs apresentou sua renúncia ao cargo de CEO da Apple e recomendou que o conselho da empresa colocasse em curso o plano de sucessão, indicando Tim Cook para o seu lugar. E assim foi feito. Mais de nove anos depois, Cook transformou a já bem-sucedida Apple na companhia mais valiosa do mundo, com uma capitalização de mercado de US$ 2 trilhões.

Aos 59 anos, o ilustre filho de Mobile (cidade do Estado do Alabama) certamente não está pensando em aposentadoria. No entanto, segundo informações apresentadas pela respeitada Bloomberg, o conselho da gigante de tecnologia “está cada vez mais focado no planejamento de sucessão.” Mas os amantes da marca da maçã mordida não precisam se preocupar sobre racha no topo da companhia. Este é geralmente um comportamento típico das grandes corporações, que, diante de qualquer eventualidade, não podem prescindir de sua liderança principal.

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ReproduçãoSe preparar para um processo sucessório é um comportamento típico das grandes corporações, com é o caso da Apple, avaliada em US$ 2 trilhões. Crédito: Armand Valendes/Pexels

Por que pensar nisso agora?

O que a Apple vem fazendo, segundo as fontes revelaram à Bloomberg, sob condição de anonimato, é estimular e cultivar sua próxima classe de altos executivos, cujo quartel-general fica em Cupertino (Califórnia). Evidentemente, oficialmente nada se comenta a respeito.

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“O CEO da Apple Inc., Tim Cook, e seus principais representantes estão dando mais atenção ao desenvolvimento de uma nova geração de líderes para, eventualmente, administrar algumas das divisões mais importantes da fabricante do iPhone, como desenvolvimento de hardware, serviços e marketing”, escreveu Mark Gurman, autor da matéria publicada na Bloomberg.

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 Jeff Williams, que ingressou na Apple em 1998, depois de uma passagem pela IBM, tem perfil  semelhante ao de Tim Cook, sendo pragmático e focado em operações. Crédito: Apple/Divulgação

Herdeiro natural

Numa hipotética ausência de Cook, as apostas para substituí-lo recaem sobre Jeff Williams, o atual chefe de Operações da Apple. Formado em engenharia mecânica pela Duke University e vindo da IBM, ele ingressou na empresa em 1998, como chefe de compras mundiais. A partir daí, construiu uma trajetória brilhante, como na condução da companhia na direção do mercado de telefonia móvel, com o lançamento do iPhone, em 2007.

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Apenas três anos mais jovem que Cook, William seria visto como um “herdeiro natural” do posto de CEO. Os mais próximos o definem como pragmático e um executivo “focado em operações”, perfil muito parecido com o do atual chefão.

Veja a seguir, algumas possíveis mudanças que podem acontecer no topo da pirâmide da Apple.

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Rumores de alternâncias no topo da Apple são sempre ventilados. Na maior parte das vezes, quando isso acontece, a empresa busca uma saída caseira. Crédito: Duopheno/Pexels 

Marketing

Greg Joswiak é o vice-presidente sênior de marketing mundial. Assumiu recentemente no lugar de Phil Schiller. Um potencial substituto é Kaiann Drance, vice-presidente de marketing do iPhone. Mas não podem ser menosprezados Stan Ng, vice-presidente de marketing do Apple Watch, e Susan Prescott, que supervisiona o marketing para aplicativos e empresas.

Serviços

É um dos segmentos de crescimento mais rápido da Apple e um motivador-chave para as vendas de dispositivos. Eddy Cue, de 55 anos e há mais de 30 na companhia, foi nomeado vice-presidente sênior da unidade em 2011. No topo da lista de eventuais sucessores está Peter Stern, de 48 anos. Ele veio da Time Warner Cable, em 2006, e é negociador de conteúdo.

Engenharia de hardware

Dan Riccio, de 57 anos, dirige a divisão desde 2012 e supervisiona o desenvolvimento de hardware de quase todos os dispositivos da Apple. O grupo tem vários vice-presidentes que comandam diferentes áreas, mas o perfil de John Ternus, de 45 anos, se destaca. Ele é responsável pela engenharia de hardware para iPad e Mac.

Engenharia de Software

Craig Federighi é o membro mais jovem da direção da Apple, com 51 anos. Portanto, deve ainda permanecer na função por um bom tempo. Na lista de seus potenciais sucessores estão Sebastien Marineau-Mes, vice-presidente de Intelligent Systems Experience, e Jon Andrews, que supervisiona a arquitetura dos sistemas operacionais da empresa e está diretamente subordinado a Federighi

Divisão de Operações

Uma das mais importantes da Apple, é encabeçada por Sabih Khan. O sucessor mais provável é Priya Balasubramaniam, há 20 anos na casa e chefe de Operações do iPhone.

Tecnologia de Hardware

O grupo é liderado por Johny Srouji, de 55 anos, e é um dos mais ativos mais importantes da Apple. Seus chips equiparam o iPhone, iPad e Apple Watch. Srouji entrou na empresa em 2008 e, em 2015, foi nomeado para a equipe executiva. Na sua linha de sucessão está Sribalan Santhanam, vice-presidente de engenharia de Silício, de 54 anos. Está em alta desde que anunciou o processador do iPhone 11 e foi um dos showmen da transição do processador Mac.

Varejo e Recursos Humanos

Deirdre O’Brien, de 54 anos, lidera este grupo, sendo a responsável por promover mudanças no varejo on-line da Apple em meio à pandemia de Covid-19. Em caso de renúncia ou aposentadoria, a empresa tem nomes à altura para assumir o posto. No entanto, poderia dividir as funções, promover um executivo de recursos humanos independente, ou contratar alguém de fora, como fazia antes. 

Financeiro, consultoria jurídica geral

O atual CFO é Luca Maestri, de 56 anos, que veio da Xerox Corp. Ele atuou como controlador corporativo e vice-presidente de finanças antes de assumir o cargo de CFO. Sua ausência poderia representar a ascensão de Saori Casey, atual vice-presidente financeiro, ou a busca por um profissional de fora da organização.

Aprendizado de Máquinas e Estratégia de IA

A vice-presidência é ocupada por John Giannandrea, de 55 anos, que veio do Google. Na sua ausência, não está claro quem o substituiria, podendo a Apple inclusive devolver a unidade para o guarda-chuva do departamento de Engenharia de Software.

Fonte: Bloomberg