Baleias, girafas, rinocerontes e diversas espécies de macacos são apenas uma parcela dos mamíferos que estão desaparecendo do planeta ao longo de milhares de anos. Agora, um estudo feito por pesquisadores europeus, publicado na revista científica Science Advances, mostrou que, a maior causa da extinção das espécies desses animais em escala global é o homem.

Nos últimos 100 mil anos, o impacto causado pela humanidade pode explicar o desaparecimento de 96% das espécies desses animais. De acordo com o artigo, o extermínio acontece desde os períodos pré-históricos e, além de levar as espécies à extinção global, a atividade humana também ajudou a diminuir o tamanho das populações existentes e suas variações.

O artigo leva em consideração diversos estudos que apontam a interferência humana como o principal impulsionador da extinção de espécies desde o início do Pleistoceno Superior (entre 10 mil e 82.800 anos). 

Creative Commons

publicidade

Hipopótamo é um dos animais que sofrem com o perigo de serem extintos devido as ações do homem. Créditos: Andre Borges/Agência Brasília/Creative Commons

Mudanças climáticas

As conclusões se baseiam em dados fósseis de 351 tipos de mamíferos que foram extintos desde o início deste período até agora. Globalmente, a taxa de extinção é cerca de 1.700 vezes mais alta em dias atuais do que no passado. Para os pesquisadores, os humanos pré-históricos conseguiram ser ainda mais destrutivos que as grandes mudanças climáticas registradas na história da Terra como, por exemplo, a última Era do Gelo.

As novas descobertas também sugerem que, há milhares de anos, as espécies de mamíferos habitando nosso planeta eram ainda mais resistentes às mudanças climáticas do que as atuais. Habitats fragmentados e cada vez menores, caça ilegal e outras consequências das atitudes do homem contra a natureza são a principal força motora para o fim, não apenas dos mamíferos, mas de milhares de outras espécies da fauna global. Se nada mudar até 2100, de acordo com o estudo, a taxa de extinção pode aumentar até 30 mil vezes o potencial natural do fim das espécies.

O estudo foi realizado por pesquisadores do departamento de Ciências Biológicas e Ambientais da Universidade de Gothenburg, na Suécia, em parceria com o Zoological Society of London e Royal Botanic Gardens, do Reino Unido, e o departamento de Biologia da Universidade de Friburgo, na Suíça.

Fonte: Phys.Org e Science Advances