Passar o confinamento em dupla poderia até despertar o romantismo, mas estimula também a traição: a infidelidade no ambiente virtual mais que dobrou durante a pandemia. É o que mostra uma pesquisa conduzida pelo site Gleeden, projetado para facilitar a busca por parceiros extraconjugais.

Desde o início das medidas de distanciamento social, a plataforma registrou um crescimento de 160% no número de cadastros, alcançando mais de 6 milhões e meio de usuários ativos.

Grande parte dessas pessoas está disposta a desafiar as regras da monogamia, mas não as impostas pela crise sanitária. Por isso, a pesquisa mostrou que a maioria evita os encontros presenciais, e opta por “dar um tempo” do parceiro fazendo sexting, isto é, trocando mensagens e fotos de cunho sexual – os famosos nudes.

A plataforma revelou também que muitos usuários aproveitam o passeio com o cachorro para procurar parceiros no site, já que em casa a “vigilância” é constante. Quem não tem um pet se vira como pode. Locais como o banheiro e a varanda foram apontados como os preferidos para acessar o Gleeden sem que ninguém veja. 

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Segundo a pesquisa, maioria dos usuários acessa o site durante a noite. Imagem: AMJonik/Shutterstock

O tempo que os usuários passam na plataforma também registrou crescimento de cerca de 50%, passando da média diária de duas para três horas. Em contrapartida, as interações ficaram mais curtas, afinal, passar muito tempo no banheiro pode ser estranho.

O momento de maior tráfego no site acontece à noite, mas vem aumentado nas primeiras horas da manhã e ao meio-dia, no horário do almoço – nada de procurar amante durante o home office.

Convivência abalada

Ouvida pelo jornal O Dia, a psicóloga e especialista em sexologia Laia Cadens afirmou que o confinamento afeta os casais de diversas maneiras, e que a convivência pode ficar mais complicada dependendo de fatores como filhos, trabalho, tamanho da residência e problemas conjugais anteriores à quarentena.

Por fim, ela presume que os números mostrados pela pesquisa devem crescer ainda mais após a pandemia, visto que “a previsível crise econômica que se seguirá ao coronavírus vai reduzir os pedidos de divórcio”. Em outras palavras, é mais barato ser infiel que repartir os bens. 

Via: O Dia