Nome completo, data de nascimento, data do falecimento e, no máximo, uma frase curta. Normalmente é isso que fica na lápide da maioria das pessoas – e na medida em que todos que se recordam dela também morrem, é também o que fica para o futuro. Porém, alguns cemitérios e funerárias estão usando uma tecnologia bem simples para preservar o legado de quem já foi dessa “para uma melhor”.

QR codes colocados na lápide redirecionam o visitante para uma página com informações do falecido – ou até para as suas redes sociais. O serviço, que começou a ser usado em túmulos de pessoas famosas em cemitérios que são pontos turísticos, está sendo adotado também por gente comum, à medida que os memoriais virtuais se tornam mais populares.  

Pelo menos desde 2011, empresas de tecnologia criam sites com informações de pessoas que faleceram para que os vivos acessem a partir de um código QR no cemitério. Para além dos parentes e amigos, outros visitantes podem conhecer um pouco mais da pessoa que está enterrada ali de uma maneira simples, por meio do smartphone.

“O cliente pode fazer upload das fotos para o site e construímos a página”, explica Lori Miller, da Digital Legacys (uma das pioneiras no ramo), em entrevista à NPR. “Eles nos dão uma biografia de seus entes queridos e podem enviar vídeos, planos de fundo e música”, completa.

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Lápide com código QR no cemitério de Haifa, em Israel. Imagem: Reprodução

A tecnologia também pode ajudar quem mora distante do parente falecido e não pode visitar seu túmulo com frequência. Outra empresa, a Living Headstones, sediada em Seattle, vincula os códigos QR nas lápides a um espaço público virtual que pode ser acessado de qualquer lugar, permitindo que os visitantes do cemitério e aqueles estão distantes compartilhem a mesma experiência.

Cemitérios inteligentes ainda ajudam as pessoas a encontrar um túmulo específico no labirinto de lápides. Um exemplo é o Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro, lar de pessoas importantes para a história e a cultura brasileiras, como Tom Jobim, Carmem Miranda, Glauber Rocha, Nelson Rodrigues, Candido Portinari e Luis Carlos Prestes.

A necrópole está disponível para navegação por meio do Google Street View e possui mais de 150 túmulos com QR Codes que podem ser escaneados com aplicativos de smartphone para mostrar a história das pessoas enterradas nele.

Via: The Atlantic/NPR