Uma nova descoberta científica deve alterar futuros estudos sobre o efeito estufa. Cientistas da Noruega não só constataram que a emissão do gás metano (CH4) presente no fundo do mar varia de acordo com as marés e com o nível do oceano, como também revelaram um papel importante da Lua na liberação deste fluido.
O dióxido de carbono (CO2) é sempre lembrado quando o efeito estufa é colocado em pauta. No entanto, o metano — aquele presente nas flatulências dos bovinos — também é um dos grandes responsáveis na destruição da camada de ozônio, sendo 25 vezes mais ativo que o CO2.
O problema é que o metano também está presente na natureza de forma espontânea, até mesmo debaixo d’água.
Ao colocarem um piezômetro no Oceano Ártico por quatro dias e quatro noites, os cientistas foram capazes de medir as mudanças de temperatura e de pressão durante o período. Eles constataram a presença do metano no fundo do mar e que a liberação deste gás ocorre com o sobe e desce das marés.

“Percebemos que as acumulações de gás, presentes nos sedimentos a um metro do fundo do mar, são vulneráveis até mesmo a pequenas mudanças de pressão na coluna de água”, afirmou a geofísica marinha Andreia Plaza-Faverola da Universidade Ártica da Noruega.
Na prática, maré baixa significa menos pressão hidrostática e maior intensidade de liberação do metano. Maré alta é igual a alta pressão e menor intensidade de liberação.
Influência da Lua
Assim como a Terra atrai a Lua, a Lua atrai a Terra — de uma maneira bem mais sutil. Essa força gravitacional afeta consideravelmente a superfície dos oceanos. Não à toa, a influência lunar provoca duas marés altas e duas baixas, todos os dias.
Ou seja, alterando as correntes de oceano, a Lua também altera a liberação de gás metano na camada de ozônio.
“A Lua causa forças de maré, as marés geram mudanças de pressão e correntes de fundo que, por sua vez, moldam o fundo do mar e impactam as emissões submarinas de metano”, explica Plaza-Faverola.
Com isso, as marés podem ser usadas como objeto de estudo para prever a intensidade da liberação de metano no Oceano Ártico, mesmo com as variações.
A má notícia é que os estudos indicam que a emissão do metano presente no fundo do mar é bem maior comparada aos dados de pesquisas de sonares convencionais, tornando o cenário do efeito estufa ainda mais crítico.

Em contrapartida, os pesquisadores vão analisar se uma possível elevação do nível do oceano será capaz de neutralizar a emissão de metano, tendo em vista que maiores pressões hidrostáticas tendem a manter o gás “preso” por períodos maiores.
Fato é que as descobertas feitas serão essenciais para os próximos estudos relacionados às condições climáticas do planeta.
Via: Science Alert