União Europeia pede por mais clareza no uso da IA

Agência de Direitos Fundamentais quer que regras sejam estipuladas para que as pessoas possam desafiar decisões tomadas pela inteligência artificial
Por Rafael Arbulu, editado por Daniel Junqueira 30/12/2020 18h49, atualizada em 31/12/2020 09h27
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Imagem: artjazz/Shutterstock
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A União Europeia quer regras mais claras e consistentes no uso da inteligência artificial (IA) em vários setores, como policiamento preventivo, diagnóstico clínico e oferta direcionada de publicidades. Segundo o órgão de direitos humanos do bloco, a ideia é que a IA é falível, portanto, deve oferecer mecanismos humanizados de defesa em caso de erros.

A Agência de Direitos Fundamentais (FRA, na sigla em inglês) argumenta que as leis que regem o uso da inteligência artificial atualmente precisam de maior transparência. Leis futuras devem sempre priorizar a proteção dos direitos humanos.

“A IA não é infalível, ela é feita por pessoas — e humanos cometem erros”, disse o diretor da FRA, Michael O’Flaherty, em um comunicado. “É por isso que as pessoas devem estar cientes de quando a IA é utilizada, como ela funciona, e como podem desafiar decisões tomadas por ela”.

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A União Europeia pede por mais cautela – e novas regras – no uso da inteligência artificial em setores essenciais da sociedade. Imagem: metamorworks/Shutterstock

Atualmente, diversos países da União Europeia empregam a inteligência artificial em setores de primeira importância, como policiamento e segurança pública. As polícias de várias nações do bloco usam reconhecimento facial preventivo para a identificação de pessoas de interesse.

Em 2021, legislações atualmente em estudo devem entrar em vigor para que a IA seja usada em mais setores, como saúde e bem-estar, energia, transporte e setor público.

Segundo a FRA, como é feito hoje, o uso da inteligência artificial abre muito espaço para abusos de autoridade – como países de regime ditatorial usarem sistemas de IA para pressionar dissidentes e opositores políticos. A agência pede para que as empresas que usam ou vendam sistemas do tipo expliquem o contexto que as levou a incorporar tais recursos.

Mais além, a FRA pede que mais pesquisa seja feita sobre o assunto, para evitar usos discriminatórios da inteligência artificial, além de novas formas de proteger a União Europeia de litígios relacionados à proteção de dados dos usuários.

Fonte: Venture Beat

Jornalista formado pela Universidade Paulista, Rafael é especializado em tecnologia, cultura pop, além de cobrir a editoria de Ciências e Espaço no Olhar Digital. Em experiências passadas, começou como repórter e editor de games em diversas publicações do meio, e também já cobriu agenda de cidades, cotidiano e esportes.

Redator(a)

Daniel Junqueira é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo. Iniciou sua carreira cobrindo tecnologia em 2009. Atualmente, é repórter de Produtos e Reviews no Olhar Digital.