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Acusado de usar fotos de usuários sem permissão para desenvolver tecnologias de reconhecimento facial, o finado aplicativo de armazenamento de fotos Ever — agora rebatizado como Paravision AI — chegou a um acordo com a Federal Trade Commission (FTC), dos Estados Unidos, na última segunda-feira (11).
A decisão obriga a empresa Everalbum Inc., dona do app, a excluir todas as fotos e vídeos de usuários que desativaram suas contas, bem como apagar algoritmos de reconhecimento facial desenvolvidos a partir destas mídias.
Todas as “incorporações faciais” — utilizadas para fins de reconhecimento facial — derivadas de fotos sem o consentimento dos usuários também deverão ser deletadas.
Além disso, a empresa passa a ser obrigada a tornar mais clara a maneira como coleta e usa informações de usuários, além de informar como o app protege a privacidade dos mesmos.
Em casos de comercialização do software para uso privado, a empresa precisará do consentimento dos clientes antes de usar qualquer informação biométrica coletada, seja para criar novas incorporações faciais ou mesmo no desenvolvimento de tecnologias de reconhecimento facial.
O aplicativo Ever surgiu em 2013 como um serviço de armazenamento em nuvem. Contudo, após os administradores perceberem que o app não despontaria no setor, a ferramenta foi alterada, em 2017, para funcionar como um provedor de tecnologia de reconhecimento facial.
O “grande problema” é que, segundo relatório publicado pela NBC News em 2019, a Ever estava utilizando fotos privadas dos usuários para treinar seu algoritmo de reconhecimento facial antes de a tecnologia ser vendida aos clientes.
Na época, a companhia assegurou nunca ter compartilhado dados pessoais de seus usários, apesar de sua política de privacidade afirmar que “os arquivos podem ser usados para ajudar a melhorar e treinar nossos produtos e essas tecnologias”, sem entrar em muitos detalhes.
Mesmo que seja verdade, a companhia prometeu, posteriormente, que excluiria mídias de contas desativadas. No entanto, a empresa não cumpriu com sua promessa até meados de outubro de 2019, segundo a FTC, culminando no imbróglio (agora resolvido) com o órgão.
Em resposta ao processo, um porta-voz da Paravision AI afirmou que a decisão do FTC reflete uma “mudança que já ocorreu” e que a tecnologia de reconhecimento facial da Paravision não usa nenhum dado de usuários do Ever.
Via: The Verge
Esta post foi modificado pela última vez em 12 de janeiro de 2021 19:23