O que você faria se jogasse fora um objeto que hoje valeria US$ 300 milhões, o que, em moeda nacional, o colocaria no seleto rol de bilionários do Brasil? Para o britânico James Howells, essa não é uma pergunta hipotética. Em agosto de 2013, ele acidentalmente jogou fora um HD contendo as chaves para 7.500 bitcoins, e agora está disposto a ceder uma parte de sua fortuna em potencial para escavar um aterro e tentar recuperar o disco rígido.

Howells é um nome lembrado pela mídia sempre que há um pico de valorização da criptomoeda. Em 2013, ele apareceu quando seu HD perdido valia US$ 7,5 milhões, quando a bitcoin rompeu pela primeira vez os US$ 1.000; depois, em 2017, quando a cotação beliscou os US$ 20 mil, seu HD chegou a valer US$ 150 milhões. Hoje, com a cotação atual, já são cerca de US$ 300 milhões com a cotação beirando os US$ 40 mil.

Com uma recompensa cada vez mais valiosa, ele tenta convencer as autoridades da cidade de Newport, no País de Gales, a revirar o lixo atrás do seu HD. E ele promete US$ 70 milhões para isso, o que seria apenas cerca de 25% do valor atual das bitcoins em seu disco perdido.

No entanto, o conselho municipal de Newport não parece animado com a ideia, mesmo com a fortuna em bitcoins prometida à cidade ser superior a R$ 2.500 por habitante. Em contato com a CNN, o governo local confirmou que já foi procurado várias vezes para tentar viabilizar a escavação do aterro em busca do dito HD, mas que as propostas foram negadas. Apesar disso, a representante afirma que a oferta não foi recusada, mas a operação é inviável.

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“O conselho já disse ao Sr. Howells em várias ocasiões que a escavação não é possível pela nossa licença, e a escavação por si só traria um dano ambiental enorme nas áreas próximas”, afirmou a representante. Ela também afirma que os custos ficariam na casa das milhões de libras, e não há qualquer garantia de que o objeto procurado seria encontrado, ou que ainda estaria funcional caso fosse achado.

Howells segue defendendo que essa é uma tarefa viável com um sistema de referência em grades, e com respeito aos padrões de preservação ambiental. A obra seria financiada com o apoio de investidores, com 50% do dinheiro recuperado com bitcoins sendo devolvido a eles, 25% destinado à cidade e 25% que ficariam com o profissional de TI. O projeto também prevê o encaminhamento do disco para profissionais de restauração de dados para tentar reaver as chaves.