Apesar de o Google estar comemorando a conclusão da aquisição da Fitbit, empresa conhecida por suas pulseiras e smartwatches para o mercado fitness, o negócio ainda não está tão “fechado” quanto aparenta. Pelo menos não segundo as agências reguladoras do governo dos EUA.

Anunciada em novembro de 2019 por US$ 2 bilhões (cerca de R$ 10,6 bilhões na cotação atual) a compra da Fitbit sempre foi sujeita à aprovação de agências que regulamentam o mercado, tanto nos EUA quanto na União Europeia.

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O medo era de que com a operação o Google concentrasse em suas mãos poder demais sobre este segmento e o usasse para esmagar concorrentes, como a Garmin. Ou que se aproveitasse dos dados dos usuários da Fitbit para enriquecer ainda mais os perfis usados em suas redes de publicidade, levando a uma invasão de privacidade.

Afinal, uma coisa é saber que você gosta de carros, outra é saber que seu coração acelera sempre que você passa em frente a uma concessionária de sua marca favorita. Ou saber que uma consumidora é mais suscetível a comprar determinado produto durante o período menstrual e exatamente quando ele acontece.

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Garantia de privacidade

Por isso a empresa faz questão de mencionar que a aquisição da Fitbit foi por causa dos aparelhos, e não dos dados. “Sua privacidade e segurança são essenciais […] e estamos comprometidos com a proteção das informações sobre sua saúde e com colocar você no controle de seus dados”, diz Rick Osterloh, Vice-Presidente Sênior de Dispositivos e Serviços no Google.

Segundo Osterloh, a empresa trabalhou com agências reguladoras em todo mundo para implementar medidas para atender às expectativas de privacidade dos consumidores, incluindo uma série de compromissos de que os dados sobre sua saúde e bem-estar não serão usados para exibir anúncios e serão armazenados separadamente.

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Em 17 de dezembro a União Européia aprovou a aquisição da Fitbit, restando apenas a “benção” do governo dos EUA. Mas segundo a jornalista Leah Nylen, do site Politico, a análise do negócio pela Divisão Antitruste do Departamento de Justiça dos EUA ainda está em andamento.

Nylen publicou em sua conta no Twitter um comunicado da divisão, que afirma que “continua a investigar se a aquisição da Fitbit pelo Google poderá prejudicar a competição e os consumidores nos Estados Unidos. A divisão mantém seu compromisso em conduzir esta análise da forma mais detalhada, eficiente e rápida possível”.

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Segundo o TechTimes, um porta-voz do Google afirmou que a empresa colaborou com o extenso processo de análise realizado pelo Departamento de Justiça (DOJ) dos EUA nos últimos 14 meses, e que concluiu em respeitar um “período de espera” que terminou sem objeção do DOJ. Por isso o anúncio de que a aquisição foi concluída.

O porta-voz afirmou que o Google continuará em contato com o DOJ e que a empresa se compromete em “responder quaisquer questões adicionais”.

Fonte: TechTimes