Depois da polêmica com o TrateCov, aplicativo criado pelo Ministério da Saúde que recomendava o tratamento com o “kit Covid” a qualquer paciente, independente de idade, sintomas ou comorbidades, outro aplicativo desenvolvido pelo Governo Federal foi flagrado disseminando informações no mínimo contraditórias, se não incorretas, sobre o uso de máscaras. É o Coronavírus – SUS.

O app gratuito é usado em um sistema de notificação de exposição ao vírus baseado em tecnologia desenvolvida pelo Google e pela Apple. Além disso, traz informações sobre a doença, seus sintomas, transmissão e dicas de prevenção.

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https://youtu.be/PjG_imUHTSI

E é nas informações que está o problema. Na seção “Como se prevenir” há várias recomendações válidas sobre a prevenção da doença, como higienização das mãos e distanciamento social. Também há o trecho abaixo, recomendando o uso de máscaras em todos os momentos:

Informação correta sobre o uso de máscaras no aplivativo Coronavirus – SUS. Imagem: Reprodução

Mas se o usuário clicar em “Ver mais dicas” na página principal e em “Quando usar uma máscara?”, terá uma informação contraditória: o app diz que uma máscara só deve ser usada por uma pessoa saudável se ela estiver cuidado de alguém doente ou com suspeita de infecção pelo vírus.

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printscreen da mensagem dentro do aplicativo do ministério da saúde
Informação incorreta em outra sessão do mesmo app. Mesmo pessoas saudáveis devem usar máscaras, a todo momento. Imagem: reprodução

A eficácia das máscaras já foi comprovada por inúmeros estudos realizados por organizações em todo o mundo. Seu objetivo é simples: funcionam como uma barreira física para evitar que gotículas produzidas quando falamos, tossimos ou espirramos se espalhem pelo ambiente, impedindo assim que outras pessoas sejam infectadas.

Ou seja, a ideia não é “proteger você dos outros”, mas sim “proteger os outros de você”. Algo especialmente importante considerando que casos de pessoas assintomáticas (que foram infectadas pelo vírus, mas não desenvolvem os sintomas da doença) não são raros, e um paciente nestas condições pode contaminar as pessoas ao seu redor.

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Entramos em contato com a Assessoria de Imprensa do Ministério da Saúde questionando o motivo da divergência de informações e perguntando qual delas corresponde à recomendação oficial do governo e quando a informação incorreta será corrigida. Até o momento da publicação deste artigo ainda não tivemos uma resposta.