Variante amazonense do coronavírus é detectada em São Paulo

Por Renato Santino, editado por Flávio Pinto 26/01/2021 22h10, atualizada em 27/01/2021 08h34
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NIAID/Divulgação
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Não demorou muito para a variante do coronavírus descoberta no estado do Amazonas começar a se espalhar para o resto do Brasil. Nesta terça-feira (26), foram anunciados três casos de Covid-19 relacionados à mutação do vírus.

Segundo a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, os três casos com a variante amazonense eram de pessoas que moravam ou estiveram em Manaus nos últimos dias.

Para confirmar que se trata da nova variante amazonense do vírus, foi realizado um sequenciamento genético nas amostras coletadas. O processamento das amostras foi feito pelo Instituto Adolfo Lutz, que confirmou a similaridade com a mutação que está circulando na região Norte.

Antes de ser descoberta em outras regiões do Brasil, a variante foi primeiro detectada em brasileiros que viajaram ao Japão, no dia 10 de janeiro. Já nesta segunda-feira (25), a mutação também foi detectada em Minnesota, nos Estados Unidos. Assim, é muito provável que ela já estivesse circulando pelo Brasil, só que sem ser sequenciada e reconhecida.

Conhecida como P.1, a mutação apresenta algumas mudanças na proteína conhecida como “spike”, que é utilizada pelo vírus para se ligar às células humanas e poder injetar o seu material genético e se replicar. É uma proteína-chave na cadeia de replicação do coronavírus e, não à toa, é o alvo de boa parte das vacinas que estão em uso ou em desenvolvimento.

O que não se sabe até o momento é se as mutações realmente fazem com que o vírus apresente um novo comportamento. A P.1 está em um rol de mutações preocupantes, como as variantes descobertas no Reino Unido e na África do Sul, que têm o risco de serem mais transmissíveis ou então de fugirem da resposta imunológica produzida pelas vacinas ou por infecções prévias. No caso da mutação britânica, o governo local manifestou uma suspeita de que ela também seja cerca de 30% mais letal.

Vale notar também que, mesmo se a letalidade do vírus permanecer inalterada, o aumento da transmissibilidade é o suficiente para causar mais mortes, já que, quanto mais casos, maiores são as chances de que alguns deles se tornem graves, causando maior ocupação de leitos e, causando mais óbitos.

Redator(a)

Renato Santino é redator(a) no Olhar Digital

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Flávio Pinto é redator(a) no Olhar Digital