O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira (17) um cronograma de entrega de vacinas que prevê que o país poderá distribuir 230,7 milhões de doses de imunizantes contra a Covid-19 até a metade do ano. Caso o volume se confirme, o país poderia vacinar 115 milhões de brasileiros.

O plano nacional de vacinação contra a Covid-19 prevê cerca de 77,2 milhões de brasileiros em grupos considerados prioritários. Assim, o volume previsto pela pasta pode ser suficiente para começar a imunizar a população considerada não-prioritária antes do meio do ano.

No entanto, o cronograma de vacina ainda conta com algumas ressalvas. Ele já inclui imunizantes que ainda cujas compras ainda não foram confirmadas. É o caso da Sputnik V, que está inclusa no cronograma, mesmo que a compra de 10 milhões de doses entregues pela União Química esteja selada.

Também está incluso no cronograma de vacina a Covaxin, desenvolvida pelo laboratório indiano Bharat Biotech. O governo prevê a entrega de 20 milhões de doses que ainda não foram adquiridas. Neste caso, também há a complicação de que a vacina sequer demonstrou um resultado de fase 3 até o momento, o que dificultará bastante sua aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

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Confira o cronograma com os prazos apresentados pelo governo:

Vacina da Fiocruz (AstraZeneca/Oxford)

  • Janeiro: 2 milhões (entregues)
  • Fevereiro: 2 milhões (importadas da Índia)
  • Março: 4 milhões (importadas da Índia) + 12.900.000 (produção nacional com IFA importado)
  • Abril: 4 milhões (importadas da Índia) + 27,3 milhões (produção nacional com IFA importado)
  • Maio: 28,6 milhões (produção nacional com IFA importado)
  • Junho: 28,6 milhões (produção nacional com IFA importado)
    Julho: 3 milhões (produção nacional com IFA importado) 
  • Total primeiro semestre: 112,4 milhões de doses 

A Fiocruz deve concluir a transferência de tecnologia a partir do segundo semestre, proporcionando a produção local do insumo farmacêutico ativo (IFA), viabilizando a fabricação independente no país.

Vacina do Butantan (Coronavac/Sinovac)

  • Janeiro: 8,7 milhões (entregues)
  • Fevereiro: 9,3 milhões 
  • Março: 18,1 milhões
  • Abril: 15,9 milhões 
  • Maio: 6 milhões 
  • Junho: 6 milhões
  • Julho: 13,5 milhões
  • Total: 77,6 milhões de doses

O acordo com o Butantan ainda prevê mais 22,4 milhões de doses que serão entregues no segundo semestre. O instituto prevê que conseguirá cumprir o acordo até agosto, antecipando o cronograma anterior, que previa entrega até setembro.

Covax Facility (OMS)

  • Março: 2,6 milhões (vacina importada da AstraZeneca/Oxford)
  • Até junho: 8 milhões (vacina importada da AstraZeneca/Oxford)
  • Total: 10,6 milhões de doses 

O acordo com a Covax Facility, consórcio da Organização Mundial da Saúde, prevê a entrega de 42 milhões de doses ao Brasil. Ainda não se sabe quais serão os demais imunizantes que chegarão ao país para completar o acordo, nem o prazo, então as outras 32 milhões ainda não entraram no cronograma de vacinas

União Química (Sputnik V/Gamaleya) 

  • Março: 400 mil (importadas da Rússia)
  • Abril: 2 milhões (importadas da Rússia) 
  • Maio: 7,6 milhões (importadas da Rússia)
  • Total: 10 milhões de doses

Com a incorporação da tecnologia da produção do IFA, a União Química deverá produzir, no Brasil, 8 milhões de doses por mês, prevê o cronograma de vacinas apresentado pelo Ministério da Saúde.

Precisa Medicamentos (Covaxin/Bharat Biotech)

  • Março: 8 milhões (importadas da Índia)
  • Abril: 8 milhões (importadas da Índia)
  • Maio: 4 milhões (importadas da Índia)
  • Total: 20 milhões de doses