O Diário do Nordeste noticiou na última terça-feira (16) que a Angola Cables estuda a instalação de um novo cabo submarino ligando Luanda, capital angolana, a Fortaleza, além de unir a cidade cearense, São Paulo e Miami, nos Estados Unidos. A assessoria de imprensa da empresa negou a informação que, por outro lado, foi confirmada pelo secretário do Desenvolvimento Econômico do Ceará, Maia Júnior, ao jornal.

“A Angola Cables, provedor multinacional de soluções de conectividade do Ceará, confirma que, na sua mais recente visita ao Brasil, representantes da companhia se reuniram com a Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado, Secretaria Executiva de Comércio, Serviços e Inovação da SEDET e ETICE. Na ocasião, os executivos da empresa reforçaram o potencial do Estado do Ceará pela sua localização estratégica no panorama de Telecomunicações como, também, pela importância nos negócios que a capital, Fortaleza, agrega na sua política de Hubs, Educação e Desenvolvimento Científico e Empresarial, se tornando a maior economia no Nordeste em 2020″, diz o trecho inicial da nota da empresa.

“A Angola Cables esclarece que dentro do plano estratégico da companhia, no momento, não há previsão de investimento em novos cabos submarinos ou ampliação do AngoNAP Data Center no Ceará. A empresa tem apostado em acelerar sua oferta de serviços de interconexão e vem desenvolvendo novos produtos para a área de TIC relacionados à segurança, storage e backup, criando condições para cache local de conteúdo no Data Center AngoNAP pronto para utilizar a rede de ultra baixa latência e conexão de Internet Exchange (IX) Mundiais. É com essa estratégia relevante que a Angola Cables se prontifica a atender organizações públicas e privadas que se beneficiam dos mais de 84 mil km de fibra ótica do Cinturão Digital do Ceará”, completou o comunicado.

Maia Júnior explicou por e-mail a um executivo da Angola Cables que não sabia do sigilo da informação. “Gostaria de esclarecer que as informações sobre o novo cabo submarino ligando Luanda a Fortaleza, bem como o investimento de R$ 12 milhões para a ampliação do Data Center, foram tratadas em nossa reunião de ontem (terça-feira) sem pedido de resguardo de sigilo. Portanto, de boa fé, foram repassadas ao jornalista Egídio Serpa. Ratifico que o Governo do Estado do Ceará preza pelo bom relacionamento com as empresas, respeita suas estratégias de negócios mas também considera importante ser transparente e informar aos cidadãos sobre projetos e investimentos no estado”, escreveu ele.

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Cabo submarino que ligará Brasil e Europa já está na África

O cabo submarino de fibra óptica que ligará as cidades de Fortaleza, no Ceará, a Sines, em Portugal, e permitirá o tráfego de dados de 72 terabits por segundo e latência de 60 milissegundos, já está em Cabo Verde, na África.

De acordo com o secretário do Desenvolvimento Econômico do Ceará, o cabo da EllaLink entrará em funcionamento em maio.

Créditos: Divulgação/Ellalink

A ancoragem do cabo aconteceu no dia 14 de dezembro, na Praia do Futuro, na capital cearense, e o projeto tem expectativa de conclusão para meados de 2021. Segundo o Ministério das Comunicações, o cabo se estendeu para pontos no Rio de Janeiro e em São Paulo, e, além de conexões na África, passará por outros países europeus, ilhas do Atlântico e Guiana Francesa.

“Temos hoje um cabo que já faz essa conexão, mas de voz, entre Brasil e Europa, que passa pelos Estados Unidos, mas que já tem mais de 20 anos. A vida útil de um cabo de fibra óptica que faz esse tipo de tráfego, ele tem uma durabilidade em torno de 25 anos”, explica o ministro das Comunicações, Fábio Faria.

A instalação do cabo submarino é feita por uma empresa privada, a Ellalink, e custará R$ 1 bilhão. O cabo tem 6 mil quilômetros de extensão, podendo chegar a 5 quilômetros de profundidade em alguns locais. Atualmente, a comunicação entre Brasil e Europa passa antes pelos Estados Unidos, o que dobra o caminho percorrido: 12 mil quilômetros.

“O Brasil é um dos países que mais produz dados no mundo, e com o 5G nós teremos um aumento ainda maior. Então, nós precisamos de escoamento”, completa Faria.

Segundo o ministro das Comunicações, Fábio Faria, a capacidade de transmissão de dados será 7 mil vezes maior que a atual: “a iniciativa vai nos preparar para receber o 5G”. Imagem: Cléverson Oliveira/MC

Entenda a importância da estrutura

É bastante provável que você já tenha ouvido falar de cabos submarinos. Eles são usados em trechos de mar para ligar estações terrestres e, assim, transmitir sinais de telecomunicações por longas distâncias. Para isso, são instalados no assoalho oceânico.

Esses cabos recebem proteção mecânica adicional para que sejam instalados sob a água: normalmente, têm interior de aço e isolamento especial. Eles podem ser metálicos, coaxiais ou ópticos — os mais utilizados atualmente.

Para conhecer mais sobre o funcionamento e importância dos cabos submarinos, confira o especial preparado pelo Olhar Digital.

Fonte: Sapo

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