Uma bola de fogo muito brilhante que cruzou os céus do sudeste do Brasil na madrugada deste domingo (21) foi registrada por mais de uma dúzia de câmeras em cidades de três estados. Além do brilho, o fenômeno chamou a atenção por sua longa duração, muito maior do que um meteoro típico.

Segundo a Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (Bramon), o fenômeno foi causado por um meteoro que surgiu a 70,3 km de altitude, a oeste do município de Itanhandu (MG) e seguiu na direção sudeste, a uma velocidade média de 49,9 mil km/h, cruzando o leste do Estado de São Paulo até desaparecer a cerca de 34,4 km de altitude sobre a baía da Ilha Grande, no litoral do Rio de Janeiro.

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“Seu clarão durou 8,33 segundos, o que é relativamente demorado para um meteoro, que normalmente não dura mais de 1 segundo”, explica Marcelo Zurita, diretor técnico da Bramon.

Um dos motivos para a longa duração da “bola de fogo” seria o ângulo agudo de entrada do meteoro em nossa atmosfera, cerca de 18º, o que fez com que levasse mais tempo para atingir as camadas mais baixas e mais densas. 

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O evento foi registrado por ao menos 14 câmeras da Bramon e do Clima ao Vivo nas cidades de Belo Horizonte (MG), Itajubá (MG), Itapecerica (MG), Oliveira (MG), Pouso Alegre (MG), Taubaté (SP), Morro Agudo (SP), Guarujá (SP)., Sorocaba (SP) e São Paulo (SP).

Há menos de uma semana, outra câmera operada por membros da Bramon gravou um meteoro cruzando o céu de Sorocaba, no interior de SP. O registro foi feito por Marco Antonio Centurion Medeiros, professor e físico de 29 anos que estava operando as câmeras da estação de monitoramento do céu no Clube de Astronomia Centauri, que fica em Sorocaba.

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A passagem do meteoro durou quatro segundos, e ele riscou o céu brilhando com grande intensidade antes de desaparecer. “Muitas pessoas disseram também terem visto a olho nu o momento da queda. Já peguei outros meteoros brilhantes assim antes, mas são mais raros. Estou operando as minhas estações há uns seis meses e este foi o terceiro com essa intensidade”, afirmou Medeiros em declaração ao G1.

Fonte: UOL