Novos fósseis nos ajudam a compreender a vida dos primeiros primatas

Rafael Rigues26/02/2021 13h39
Vários fósseis da mandíbula de primatas do gênero Purgatorius, o mais antigo de que se tem registro
Vários fósseis da mandíbula de primatas do gênero Purgatorius, o mais antigo de que se tem registro
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Um estudo de fósseis conduzido por um grupo de pesquisadores dos EUA está nos ajudando a compreender a origem e comportamento do gênero mais antigo de primatas já encontrado. Chamado Purgatorius, as criaturas deste gênero podem ser consideradas ancestrais de todos os primatas existentes hoje, incluindo os humanos.

Os pesquisadores analisaram um conjunto de dentes fossilizados encontrados em uma região conhecida como Hell Creek (Riacho do Inferno), que têm idade estimada em 65,9 milhões de anos. Mais especificamente, os animais teriam vivido entre 105 mil e 139 mil anos após o impacto que causou a extinção em massa dos dinossauros e de 75% das formas de vida da Terra.

Isso sugere que os animais surgiram no fim do período Cretáceo e que viveram ao lado dos grandes dinossauros. Eles tinham corpos pequenos e dietas especializadas em frutas ou insetos, de acordo com a espécie.

Ilusração de um dos primatas mais antigos já encontrados
Ilustração de como seria um Purgatorius Mckeeveri, um dos mais antigos primatas já encontrados.

“Esta descoberta é empolgante porque representa a mais antiga ocorrência de primatas arcaicos no registro fóssil”, diz Stephen Chester, professor assistente de antropologia e paleontólogo do Brooklin College que participou do estudo. “Ela amplia nossa compreensão de como os primeiros primatas se separaram de seus concorrentes após a extinção dos dinossauros”.

Chester é especializado na história evolucionária antiga dos primeiros primatas e outros mamíferos placentários, e em 2019 fez parte de uma equipe que revelou em detalhes como muitas formas de vida, incluindo mamíferos, tartarugas, crocodilos e plantas, se recuperaram após o impacto que exterminou os dinossauros.

“A pesquisa de alto calibre de Stephen nesta área, junto com estudantes do Brooklin College, contribuiu significativamente para nossa compreensão das dependências ambientais, biológicas e sociais que ultimamente levaram à evolução dos primatas”, disse Peter Tolias, regente da Escola de Ciências Naturais e Comportamentais da instituição.

Fonte: Phys.org

Redator(a)

Rafael Rigues é redator(a) no Olhar Digital