Uma equipe de pesquisadores da Universidade Heidelberg, na Alemanha, descobriu uma “superterra” a 122 anos-luz de nós com um dos menores períodos orbitais já conhecidos. O planeta, chamado TOI-1685b, completa uma volta ao redor de uma estrela anã vermelha tipo M a cada 0,67 dias, ou cerca de 16 horas.

A descoberta foi feita quando a equipe, liderada pela chilena Paz Bluhm, analisou dados do telescópio espacial TESS (Transiting Exoplanet Survey Satellite), da Nasa. O equipamento detecta exoplanetas pelo método de trânsito, procurando por minúsculas variações no brilho de uma estrela causadas por um planeta passando à sua frente.

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A existência do exoplaneta foi confirmada usando o instrumento Carmenes, instalado no telescópio de 3,5 metros do observatório Calar Alto na Espanha. Ele usa outro método para detectar planetas, a “velocidade radial”, procurando por oscilações no movimento orbital de uma estrela causadas por um planeta ao seu redor.

Illustração do TESS (Transiting Exoplanet Survey Satellite), satélite da Nasa que procura por exoplanetas
Lançado em 2018, o Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS) tem como missão caçar exoplanetas além do sistema solar. Imagem: NASA/GSFC

Os dados permitiram à equipe determinar que TOI-1685b é 1,7 vezes maior que a Terra, com massa 3,8 vezes superior. A densidade calculada, de 4,2 gramas por centímetro cúbico, faz com que ele seja o “exoplaneta de período ultracurto ao redor de uma anã vermelha tipo M com a menor densidade conhecida até o momento”. Para comparação, nosso planeta tem densidade de 5,5 gramas por centímetro cúbico.

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Embora anãs vermelhas tipo M sejam muito menores e menos brilhantes que nosso Sol, a proximidade faz com que TOI-1685b seja bem quente, com uma temperatura na superfície estimada em 796 ºC. Segundo os pesquisadores, isso o torna um bom candidato para mais estudos usando outros instrumentos.

A equipe de Bluhm encontrou outro sinal nos dados da estrela TOI-1685 captados pelo Carmenes, o que pode sugerir a existência de um segundo exoplaneta com período orbital de nove dias. Se ele existe, não passa em frente de sua estrela (de nosso ponto de vista), já que um sinal correspondente não foi encontrado pelo Tess.

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Fonte: Space.com