Pesquisadores das universidades de Queensland e Melbourne (na Austrália) e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos EUA, desenvolveram um “vírus virtual” que se espalha entre smartphones via Bluetooth. Mas ao contrário dos “vírus” digitais tradicionais, que criados para roubar informações ou prejudicar as vítimas, este tem um propósito mais nobre: modelar a disseminação de uma doença como a Covid-19. 

O vírus é chamado Safe Blues, e foi criado para responder à proximidade e distanciamento social da mesma forma que o Sars-Cov-2, causador da Covid-19. Ele é composto por várias “cepas”, que variam em suas propriedades virais como tempo de incubação e infecciosidade.

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Cada aparelho envolvido no experimento é considerado “infectado” por um período limitado de tempo. Durante este período, se um dispositivo estiver próximo de outro, há uma chance de uma cepa do Safe Blues se espalhar para o celular vizinho. Da mesma forma, se o aparelho for mantido em isolamento a variante provavelmente não se espalhará.

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A ideia por trás do Safe Blues é determinar de forma precisa a transmissibilidade de doenças como a Covid-19. O artigo nota que, em contraste com epidemias biológicas, o número de aparelhos infectados por cada variante pode ser medido em tempo real.

“O Safe Blues oferece uma solução em tempo real para estimativas em tempo real e ao nível populacional da resposta de uma epidemia a diretivas do governo e projeções para um futuro próximo”, diz o artigo.

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Os pesquisadores também desenvolveram um aplicativo Android para um experimento que irá testar os protocolos e técnicas do programa em um campus universitário. Eles afirmam que a tecnologia pode ser usada para estimar números de infecção pela Sars-Cov-2 atuais e futuros.

Imagem tridimensional do vírus Sars-Cov-2, causador da Covid-19

Variantes do Sars-Cov-2 podem reduzir eficácia de vacinas

Um novo estudo envolvendo as variantes B117 e B1351 concluiu que essas novas cepas do Sars-Cov-2 devem evoluir e reduzir a eficácia das vacinas disponíveis no mercado. Com isso, a contenção dessas variantes pode ser mais difícil e reinfecções podem se tornar mais prováveis.

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Os resultados da pesquisa têm como base os dados de eficácia da vacina Novavax, de acordo com David Ho, que é o principal autor do estudo e professor de medicina na Faculdade de Médicos e Cirurgiões da Universidade de Columbia.

Em 28 de janeiro, a empresa afirmou que a eficácia do imunizante era de 90% contra a cepa original, mas o índice foi de 49,4% em um ensaio realizado na África do Sul, onde a maior parte dos casos são causados pela variante B1351.

“Nosso estudo e os novos dados de testes clínicos mostram que o vírus está viajando em uma direção que está fazendo com que ele escape de nossas vacinas e terapias atuais”, declarou Ho.

“Se a disseminação desenfreada do vírus continuar e mais mutações críticas se acumularem, então podemos ser condenados a perseguir o Sars-Cov-2 em evolução continuamente”, completou.

Fonte: Android Authority