A equipe da Nasa responsável pelo telescópio espacial Chandra lançou recentemente mais três faixas de “música das galáxias”, parte de seu projeto de “sonificação” de dados. Imagens em raios X do universo, capturadas pelo Chandra e outros telescópios espaciais, como o Hubble, são convertidas em tons audíveis que, quando combinados, produzem intrigantes melodias.

A primeira faixa foi produzida a partir de uma imagem do Deep Field South, uma observação das “profundezas” do espaço a partir do hemisfério sul de nosso planeta. Os pontos coloridos parecem estrelas, mas na verdade são buracos negros e galáxias.

As cores ditam os tons produzidos à medida que uma barra se move do fundo para o topo da imagem. Cores mais próximas do vermelho são tons mais graves, e próximas do azul são mais agudas. A luz branca visível na imagem é transformada em ruído branco. O resultado parece saído de uma série de ficção científica.

A segunda faixa é baseada em uma imagem da nebulosa “olho de gato”, combinando luz visível (capturada pelo Hubble) com raios X (capturada pelo Chandra). Nela, quanto mais distante do centro um ponto de luz está, mais agudo é o tom produzido. O volume corresponde ao brilho. A luz visível produz tons mais agradáveis, enquanto os raios X geram sons mais “ásperos”. 

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A última faixa é de Messier 51 (M51), popularmente conhecida como “galáxia redemoinho” (Whirlpool Galaxy) por seus braços em espiral. A imagem combina luz infravermelha, visível, ultravioleta e raios X, captada por quatro telescópios espaciais diferentes:  Spitzer, Hubble, GALEX e Chandra.

O raio (distância de um ponto até o centro da imagem) é mapeado em uma escala melódica menor, e cada tipo de luz foi atribuído a uma faixa de frequências diferentes. O vídeo começa com sons de todas as frequências combinadas, e depois alterna entre elas. O resultado ficaria perfeito como trilha sonora de um filme de terror.

Os dados do Chandra são parte de um projeto que torna as informações captadas por telescópios espaciais disponíveis em novas formas. Não é a primeira vez que sons são usados para despertar o interesse pelo espaço: em outubro passado a Nasa lançou uma playlist especial de Halloween, com “sons assutadores”, incluindo terremotos em Marte, ondas de plasma em Europa e Ganymede e pulsares.

Fonte: Chandra X-Ray Observatory