O Google anunciou a doação de 25 milhões de euros (ou US$ 29 milhões) para o recém-criado Fundo de Mídia e Informação Europeu (EMIF), com intuito de auxiliar a entidade no combate às fake news.

Criado pela Fundação Gulbenkian e o Instituto Universitário Europeu na semana passada, o fundo recruta agências de checagem de fatos, organizações não governamentais (ONGs) e outras partes interessadas para coibir a distribuição de desinformações sobre temas de interesse público.

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“Conforme navegávamos no mar de incertezas e desafios no ano passado, ficou comprovada a necessidade das pessoas de acessar informações exatas, e separar os fatos da ficção”, disse Matt Brittin, líder de negócios e operações do Google para Europa, Oriente Médio e África, em um texto publicado no blog oficial da empresa de Mountain View.

O Fundo de Mídia e Informação Europeu tem uma duração prevista de cinco anos, sendo operado e gerenciado pelo Observatório de Mídia Digital da Europa – uma comissão ligada à União Europeia (UE). A entidade vai avaliar projetos de pesquisa e exclusão de fake news enviados por agências de checagem, acadêmicos e outros membros da mídia.

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Google vem se envolvendo em mais e mais iniciativas de combate às fake news, em meio a críticas sobre não se empenhar para reduzi-las. Imagem: Benny Marty/Shutterstock

Na imagem: fachada do escritório do Google em Singapura, mostrando o logo da empresa em um chão de madeira e janelas de vidro do chão ao teto
Google vem se envolvendo em iniciativas de combate às fake news, em meio a críticas sobre não se empenhar para reduzi-las. Imagem: Benny Marty/Shutterstock

Combate às fake news

A notícia vem em meio a questionamentos levantados contra o Google, por autoridades em vários países, que o acusam de não fazer muito pelo combate à distribuição de fake news. Em plena pandemia, estudos publicados em agosto de 2020 revelaram que 61% das páginas marcadas como distribuidoras de falsas informações usavam justamente o Google Ads para impulsionar suas publicações.

A situação gerou uma cobrança tão alta na empresa que, em janeiro, ela criou um fundo próprio de combate à desinformação, para o qual direcionou US$ 3 milhões. Isso, fora as colaborações feitas com agentes terceirizados – como é o caso deste anúncio com a EMIF.

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Mesmo assim, a imagem pública da empresa ainda segue desfavorecida: na última semana, o CEO da Alphabet e do Google, Sundar Pichai, testemunhou frente a uma comissão especial do Congresso dos Estados Unidos, em relação à chamada “Seção 230” – uma peça legislativa que protege empresas de qualquer responsabilidade sobre conteúdos falsos ou extremos publicados em suas plataformas.

Há um movimento no país para relaxar essa proteção, ou mesmo eliminá-la por completo – algo que o Google, bem como o Facebook e Twitter, que também testemunharam sobre o caso, não quer.

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Fonte: Reuters / Folha de São Paulo / O Estado de São Paulo