A Oi e o BTG Pactual anunciaram nesta segunda-feira (12) um acordo que dará ao fundo de investimentos uma fatia no controle da gestão e expansão da rede de fibra óptica da telco. O valor da operação totaliza R$ 12,923 bilhões.

A proposta vinculante, que levou cerca de dois meses para ser negociada, ficou em R$ 20,02 bilhões e garante ao fundo a aquisição parcial da InfraCo, divisão especializada em fibra óptica da operadora, cuja dívida líquida é de R$ 4,107 bilhões.

A negociação com o BTG Pactual encontra-se atualmente em uma classificação de “right to top”. Isso significa que a Oi deu ao fundo a vantagem no leilão para garantir a aquisição dentro dos trâmites previstos.

O acordo, no entanto, ainda precisa ser aprovado por um juiz dentro do processo de recuperação judicial da telco. Após autorização da Justiça, o leilão deve ocorrer dentro de 30 dias.

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Imagem mostra duas mãos em cumprimento, como para selar um acordo.
Oi e BTG Pactual selam acordo para que o fundo de investimentos possa auxiliar no plano de ampliação da infraestrutura de fibra da telco. Crédito: Shutterstock

Nesse período, há a possibilidade de um concorrente fazer uma oferta 1% superior à apresentada para garantir uma vitória frente ao fundo.

Quando finalizado o acordo, a Oi deve ficar como sócia minoritária da InfraCo e também como principal cliente da empresa – a infraestrutura da rede da InfraCo será usada pela operadora para venda dos seus produtos, bem como poderá ter sua capacidade oferecida a outras empresas.

De acordo com fato relevante divulgado pela Oi, a proposta vinculante prevê, em 31 de dezembro de 2021, o valor de firma (EV) da InfraCo considerando uma dívida líquida de R$ 4,10 bilhões que devem ser pagas integralmente à Oi em até 90 dias do fechamento da operação.

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A rede de fibra ótica da Oi atualmente conta com mais de 400 mil quilômetros de extensão.

Ao final da execução do projeto, que deve ocorrer até 2030, a expectativa é de garantir internet via fibra para 40% dos lares brasileiros.

Recuperação judicial

A Oi está em processo de recuperação judicial desde junho de 2016. No meio tempo, dois acordos já foram aprovados, sendo o último – atualmente em andamento – implementado em setembro de 2020.

À época, o pedido de recuperação foi considerado o maior da história no Brasil, com um valor de mais de R$ 65 bilhões – superando o da empresa Sete Brasil, que ficou em R$ 19 bilhões.

Via: Exame