Diversos grupos de proteção à criança enviaram uma carta ao CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, pedindo para o executivo desistir de criar uma versão infantil do Instagram. A ideia, que surgiu há tempos, bate de frente com as preocupações contra pedófilos e outros predadores sexuais.

Segundo os termos de serviço do Instagram, podem criar uma conta na rede social apenas aqueles com 13 anos de idade ou mais – qualquer conta com idade inferior é automaticamente derrubada pelo algoritmo do Facebook. Em março deste ano, no entanto, Adam Mosseri, um dos diretores da rede social, confirmou que a empresa estudava a possibilidade de uma versão para o público infantil. “As crianças estão cada vez mais perguntando aos pais se podem usar aplicativos que os ajudem a manter o contato com os amigos. Uma versão do Instagram onde os pais têm controle, como tínhamos com o Messenger Kids, é algo que estamos explorando. Compartilharemos mais no futuro”, disse Mosseri na ocasião.

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Imagem mostra o Instagram, sendo usado pelo celular. Versão infantil do app tem atraído críticas contra o Facebook
“Instagram infantil” idealizado por Mark Zuckerberg tem atraído críticas severas de usuários e entidades de proteção à criança. Imagem: PixieMe/Shutterstock

A confirmação foi alvo de críticas de diversos usuários do Instagram. Eles alegam que a versão facilitaria a ação de predadores sexuais e aumentaria os casos de assédio contra menores de idade. A carta enviada a Zuckerberg também apresentou preocupação com o possível aumento de casos de depressão infantil e “body shaming”.

“Ainda que coletar dados familiares de alto valor e cultivar uma nova geração de usuários do Instagram possa ser bom para o Facebook, isso provavelmente vai aumentar o uso da plataforma por crianças que são particularmente vulneráveis às funções exploratórias e manipuladores da rede”, disse o documento, assinado por vários grupos liderados pela “Campanha por Uma Infância Livre de Comércio”, da cidade de Boston, nos Estados Unidos.

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Atualmente, um dos maiores problemas do Instagram é a quantidade notável de contas operadas por crianças menores de 12 anos – elas mentem a data de nascimento no cadastro. Ou seja, a “versão infantil” seria uma alternativa para promover uma plataforma própria para os pequenos usuários, com gerenciamento dos pais ou guardiões legais.

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De acordo com Stephanie Otway, porta-voz do Facebook, o “Instagram infantil” torna-se, aos poucos, uma necessidade. “A realidade é que as crianças estão on-line. Elas querem se conectar com os seus familiares e amigos, se divertirem e aprenderem, e nós queremos ajudá-las a fazer isso de uma forma segura e apropriada”.

Otway afirmou que a suposta nova versão não exibirá anúncios publicitários e que o Facebook estaria se consultando com experts em saúde infantil para verificar a viabilidade do projeto, dando a entender que ele está em fases primárias de desenvolvimento. Ela também disse que o Instagram deve ganhar novos métodos de verificação de idade a fim de identificar e derrubar perfis que tenham mentido a data de nascimento.

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Até o momento, o Facebook não teceu comentários sobre a carta enviada pelas ONGs.

Fonte: The New York Times

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