Logo nos primeiros meses da pandemia causada pelo coronavírus, os profissionais de saúde que eram responsáveis por os resultados dos testes começaram que os pacientes que já haviam se recuperado da covid às vezes obtinham resultados positivos em um teste de PCR depois de alguns meses.

Por mais que seja possível pegar Covid-19 pela segunda vez, não parece ser o caso para esses pacientes, pois nenhum vírus vivo foi isolado de suas amostras. Ademais, outros estudos encontraram esses resultados falso-positivos enquanto mantinham os participantes em quarentena. 

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O novo artigo do laboratório do membro do Instituto Whitehead e professor de biologia do MIT, Rudolf Jaenisch, oferece uma possível resposta ao motivo de alguns pacientes continuarem com teste positivo após a recuperação da doença. Jaenisch e colaboradores mostraram que as sequências genéticas do vírus podem se integrar ao genoma da célula hospedeira por meio de um processo chamado transcrição reversa. 

As seções do genoma podem então ser “lidas” em RNAs e serem detectados por um teste de PCR. “O SARS-CoV-2 não é um retrovírus, o que significa que não precisa da transcrição reversa para sua replicação”, disse o pós-doutorado do Instituto Whitehead e autor Liguo Zhang. 

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Portanto, Zhang e Jaenisch começaram a realizar experimentos para testar a integração viral que poderia estar acontecendo com o novo coronavírus. Eles infectaram células humanas com coronavírus no laboratório e sequenciaram o DNA das células infectadas dois dias depois para ver se continha vestígios do material genético do vírus.

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Ao examinaram o DNA das pequenas sequências virais em busca de pistas sobre o mecanismo pelo qual chegaram lá, encontraram a marca registrada de uma característica genética chamada retrotransposon ou “genes saltadores”, que são seções de DNA que podem se mover de uma região do genoma para outra. 

Eles são ativados para “pular” em condições de alto estresse ou durante o câncer ou envelhecimento. Os pesquisadores identificaram essas características em quase 70% dos DNAs que continham sequências virais, mas não em todos, sugerindo que o RNA viral pode estar se integrando ao DNA celular por meio de múltiplos mecanismos.

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É possível que apenas algumas células humanas experimentem algum tipo de integração viral. No caso de outro vírus de RNA que se integra ao genoma da célula hospedeira, apenas uma fração de um por cento das células infectadas continha DNA viral integrado. Para o vírus da covid a frequência de integração em humanos ainda é desconhecida. 

“A fração de células que tem integração pode ser muito pequena”, diz Jaenisch. Para o futuro, os cientistas querem investigar se os fragmentos do material genético da covid que podem ser transformados em proteínas pela célula. 

Fonte: Medical Xpress

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