Quando alguém sofre de coração partido ou perde um amigo, o sentimento que vai além de dores nas costas ou qualquer problema físico se torna uma dor intensa que as emoções podem causar. Mas por que sentimos tanto a rejeição e a perda como uma dor de coração literal?

Segundo o professor de psicologia da Universidade de Toronto, Geoff MacDonald, a dor é um sinal de perigo, ou seja, quando você coloca sua mão em um fogão quente, os neurônios são ativados para enviar uma mensagem: alguma coisa está muito errado. “Se você dar uma topada no dedo do pé, por um breve momento, todo o seu mundo será esse dedo do pé”, disse MacDonald.

Isso porque a dor é realmente boa para interromper a atenção e assim, deixar a pessoa singularmente focada em fazer com que o sentimento ruim pare. MacDonald explicou que para os ancestrais humanos, a sobrevivência exigia uma rede social próxima: “ao cooperar, você pode coletar melhor os alimentos; você pode se proteger melhor contra predadores.”

Alguns estudos sugerem ao sentir rejeição, nosso cérebro se comporta de maneira bem semelhante ao que sentimentos com dores físicas. Em 2011, através de uma máquina de ressonância funcional, os psicólogos escanearam os cérebros de 40 participantes com o coração partido. Dentro do scanner, as pessoas olharam as fotos do parceiro que os havia largado, depois, os indivíduos focaram em fotos de amigos próximos enquanto imaginavam uma lembrança feliz dessa amizade. 

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Os resultados, publicados na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), apontaram que tanto a visão de um ex-parceiro quanto a sensação do objeto quente ativaram áreas do cérebro associadas à dor. Por outro lado, a foto de um amigo e o calor agradável não. A pesquisa informou que as mesmas áreas do cérebro foram associadas à dor em até 88% dos estudos que revisaram.

Muitos profissionais da psicologia pensam que a experiência de dor emocional acaba pegando carona no sistema de dor física, segundo Ethan Kross, professor de psicologia da Universidade de Michigan e primeiro autor do estudo PNAS de 2011. 

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Ou seja, a dor que sentimos depois de uma briga com um amigo próximo é bem real, entretanto, não é exatamente o mesmo que dor física: “Qualquer pessoa que já foi rejeitada em uma ocasião e socada no nariz em outra pode dizer que essas experiências são, obviamente, diferentes”, disse Kross.

Mas por que sentimos a dor tão forte da rejeição em nosso peito? Alguns psicólogos dizem que essa experiência está ligada a ativação do nervo vago, que vai do cérebro ao pescoço, tórax e abdômen. Sem contar que há a síndrome do “coração partido”, que é uma condição em que o coração enfraquece por um momento, fazendo com que o ventrículo esquerdo, inche e bombeie de maneira inadequada. 

Essa condição também é conhecida como síndrome de takotsubo (TTS) e está ligada ao aumento da atividade cerebral causada por eventos estressantes. Sendo assim, a próxima vez que você enfrentar a dor da perda ou rejeição, pode se consolar com o fato de que a dor provavelmente nos ajuda a sobreviver. 

Fonte: Live Science

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