A gigante da tecnologia IBM diz que criou um chip para computadores com transistores microscópicos, com uma largura de apenas dois nanômetros, a mesma de uma fita de DNA.

O componente promete multiplicar a duração das baterias e desempenho de praticamente todos os dispositivos eletrônicos disponíveis, já que transistores menores tendem a ter um desempenho maior e consumir menos energia.

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Os chips atuais possuem transistores que variam entre cinco e dez nanômetros, que é entre o dobro e o triplo do novo chip da IBM. Com essa redução, seria possível, por exemplo, que a bateria de um smartphone durasse até quatro dias ou um notebook tivesse o dobro da velocidade, isso sem um aumento significativo nos custos de produção e venda. 

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Segundo a IBM, a próxima geração de chips pode chegar ao mercado em até cinco anos. “É um feito notável de engenharia”, disse Dario Gil, vice-presidente sênior e diretor de pesquisa da IBM, ao The Washington Post. “Você verá isso primeiro em dispositivos de baixo custo, como laptops e telefones celulares, e depois em mainframes de última geração”. 

Esses novos chips também devem estar presentes em carros autônomos e produtos da chamada internet das coisas, como é o caso de eletrodomésticos inteligentes. Segundo a empresa, chips de dois nanômetros podem melhorar o desempenho de dispositivos em até 45%, com uma redução de 75% no consumo de energia em comparação com as alternativas atuais. 

Do que o chip é capaz

Visão ampliada do chip IBM de dois nanômetros. Créditos: IBM/Divulgação

A principal inovação da IBM para a próxima geração de chips está no encolhimento dos transistores para que um maior número deles caiba em um único chip. Com isso, será possível a realização de mais processos por meio de circuitos complexos, ou seja, aumentar o número de transistores em um chip é aumentar a eficiência de um computador. 

Por enquanto, os transistores de dois nanômetros da IBM são apenas uma prova de conceito que servem para mostrar que chips menores e mais potentes são possíveis. “Um fio cabelo humano tem 100.000 de diâmetro nanômetros, o que dá uma ideia de como esses recursos são minúsculos”, disse Arvind Krishna, presidente-executivo da IBM, em entrevista ao The Washington Post

O desenvolvimento levou quatro anos e equipes de centenas de cientistas se envolveram no projeto. Dados da IBM apontam que o investimento anual da empresa em pesquisa e desenvolvimento é de em torno de US$ 6 bilhões (cerca de R$ 31,83 bilhões), o que pode permitir que no futuro o conglomerado possa inovar ainda mais em seus equipamentos. 

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