O Ministério da Saúde elaborou um documento contraindicando o uso da cloroquina, azitromicina e ivermectina – conhecido como “kit Covid” – no tratamento da Covid-19. A página oficial da pasta já havia retirado, há uma semana, antigas orientações para o uso dos medicamentos.

Chamado de “Diretrizes Brasileiras para Tratamento Hospitalar do Paciente com Covid-19”, o documento, que foi obtido pela TV Globo e publicado primeiramente no G1, também menciona outros medicamentos, como a hidroxicloroquina e o remdesivir, defendidos pelo presidente, Jair Bolsonaro.

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Em maio do ano passado, o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, havia alterado os protocolos liberando o SUS a prescrever cloroquina para pacientes com sintomas leves da doença. Na época, ele era prescrito apenas para casos graves da infecção e a mudança ocorreu de acordo com o desejo de Bolsonaro.

Ministério da Saúde emite documento contraindicando uso do ‘kit Covid’. Imagem: Shutterstock
Ministério da Saúde emite documento contraindicando uso do ‘kit Covid’. Imagem: Shutterstock

A mudança de protocolo foi, inclusive, um dos motivos de atrito entre o presidente e os dois últimos ministros da Saúde: Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich.

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Agora, o relatório seguirá para a avaliação e consulta pública pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec).

Não existem dados que comprovem a eficácia dos medicamentos que compõem o “kit Covid”. A Organização Mundial da Saúde (OMS) vem alertando desde o segundo semestre do ano passado que os medicamentos não possuem comprovação de eficácia e, além disso, podem provocar efeitos colaterais.

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Leia mais:

CPI da Covid

Um dos assuntos investigados na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid criada pelo Senado, é a indicação de medicamentos sem eficácia para tratar pacientes de covid-19.

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Recentemente, em depoimento, o ex-ministro Mandetta afirmou que o governo propôs à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a alteração da bula da cloroquina para que o medicamento fosse indicado no tratamento da doença. O presidente Anvisa, Antônio Barra Torres, confirmou a informação.

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