O assédio às mulheres é uma triste realidade que, infelizmente, também é muito presente no mundo dos jogos. Mesmo que ao longo dos anos a presença de gamers femininas na comunidade tenha aumentado – além de terem se tornado a maioria entre os jogadores -, o ambiente hostil ao sexo oposto ainda existe.
De acordo com uma pesquisa de mercado feita pela Lenovo, 59% das jogadoras admitiram que costumam esconder seu gênero durante os jogos para evitar o assédio. As entrevistadas relatam também que, além de omitir que são mulheres, precisam fingir que são do sexo masculino ou usar uma identidade sem gênero, evitando ao máximo conversas por voz.
![Pesquisa revela que 59% das mulheres gamers escondem gênero durante o jogo para evitar assédio. Imagem: Shutterstock, Inc.](https://img.odcdn.com.br/wp-content/uploads/2021/05/shutterstock_1430159324-1024x576.jpg)
Ainda de acordo com o estudo, 77% das mulheres gamers entrevistadas experimentaram comportamento impróprio durante um jogo. Os momentos inapropriados vividos diretamente surgem em vários contextos, como:
- Quando homens criticam o desempenho delas (70%);
- Quando são vítimas de gatekeeping – ou seja, acusadas de estar num local onde não pertencem por “serem mulheres” ou por não terem as capacidades necessárias para jogar (65%);
- ou quando há tratamento de paternalismo/cavalheirismo exagerado, tratando-as como incapazes (50%).
Outro ponto importante ressaltado na pesquisa feita pela multinacional chinesa de tecnologia é que 44% das mulheres afirmar que precisam lidar com “pedidos de relacionamentos não solicitados” durante as jogatinas.
Leia mais:
- Mercado de jogos digitais terá receita de US$ 146 bilhões em 2021, uma alta de 40% em dois anos
- 75,8% dos gamers brasileiros afirmam jogar mais durante pandemia, diz pesquisa
- Mercado de jogos no Brasil atingirá US$ 2 bilhões em 2021
Para resolver o problema que afeta a grande maioria das mulheres no mundo dos jogos, 71% das gamers entrevistadas acreditam que é necessário que as empresas resposáveis por movimentar a indústria “deem o exemplo” e combatam os abusos, por exemplo, com uma “publicidade mais inclusiva”.
O estudo também assinala outro ponto importante: as mulheres jogam os mesmo tipo de jogos dos homens. 88% das entrevistadas preferem títulos cooperativos e competitivos, enquanto 66% gostam mais do estilo shooter. Questionadas sobre e-sports, 61% das gamer gostariam de ver mais equipes femininas presentes em competições de alto nível.
Organizada pela Lenovo, a pesquisa foi conduzida pelo grupo de pesquisa de marketing Reach3 e incluiu as opiniões de 900 jogadoras sobre assuntos que vão desde discriminação até seus tipos de jogos favoritos. O levantamento foi dividido em várias seções e pode ser visto na íntegra aqui.
Fonte: PC Gamer
Já assistiu aos nossos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!