Rajadas rápidas de rádio aparecem em dois tipos diferentes

Com um radiotelescópio localizado no Canadá, cientistas perceberam que as rajadas rápidas de rádio acontecem de maneiras distintas
Por Karoline Albuquerque, editado por André Lucena 10/06/2021 16h32, atualizada em 10/06/2021 21h49
rádio nasa
Imagem: NASA's Goddard Space Flight Center/CI Lab
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Um radiotelescópio canadense detectou 535 rajadas de rádio rápidas de uma só vez. O número é quatro vezes maior do que a contagem já conhecida dos breves e altamente energéticos fenômenos. Os eventos registrados, além da alta quantidade, também apresentaram dois tipos distintos.

De acordo com a publicação científica Nature, os resultados mostraram que a maioria das explosões são pontuais e uma minoria se repetia periodicamente, durando, no mínimo, dez vezes mais que a média. Isso pode significar pelo menos dois fenômenos astrofísicos distintos.

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A diferença nos dados registrados pelo Experimento Canadense de Mapeamento de Intensidade de Hidrogênio (CHIME) deixou a comunidade de radioastronomia confusa. Os eventos aconteceram no primeiro ano de operação do CHIME, entre 2018 e 2019. A equipe divulgou os resultados nesta quarta-feira (9).

O telescópio, com quatro antenas half-pipe, cada uma com 100 metros de comprimento, observa uma faixa estreita do céu logo acima a qualquer momento. Com o movimento de rotação da Terra, ele rastreia vários trechos e os chips de processamento digital coletam sinais para montar uma imagem.

O CHIME registrou 535 rajadas rápidas de rádio no primeiro ano de funcionamento
O CHIME registrou 535 rajadas rápidas de rádio no primeiro ano de funcionamento. Imagem: Andre Renard/CHIME Collaboration

Dos 535 sinais detectados, 60 eram “repetidores”, vindos de 18 fontes que foram observadas emitindo as rajadas várias vezes. Ele difere em duração dos outros dados,, com eventos únicos durando menos tempo. Esses repetidores emitem em uma faixa mais estreita de frequência de rádio do que os únicos.

Agora, os cientistas têm evidências de que há distinção entre as rajadas. Antes, os astrônomos argumentavam que as explosões únicas poderiam ser apenas repetidores não observados. A teoria é que essa repetição regular pode ocorrer quando uma estrela de nêutrons altamente magnetizada circula em torno de uma estrela comum em uma órbita alongada.

Quando a estrela de nêutrons se aproxima da colega, as explosões resultam do campo magnético, espalhando vento estelar. Já os fenômenos únicos podem ser resultado de eventos cataclísmicos, como colisões de estrelas de nêutrons ou tempestades magnéticas em estrelas de nêutrons jovens chamadas magnetares.

Via: Nature

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Karoline Albuquerque é redator(a) no Olhar Digital

André Lucena
Ex-editor(a)

Pai de três filhos, André Lucena é o Editor-Chefe do Olhar Digital. Formado em Jornalismo e Pós-Graduado em Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte, ele adora jogar futebol nas horas vagas.