Pesquisadores da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) publicaram na Science Advances nesta sexta-feira (11) os resultados de um estudo realizado com o espermatozoide de camundongos expostos à radiação espacial a fim de entender se seria seguro astronautas terem filhos após viagens no espaço.
No experimento, o esperma de camundongo liofilizado permaneceu viável após passar quase seis anos no espaço. E, aparentemente, a exposição à radiação espacial não prejudica o DNA do espermatozoide ou a capacidade das células de produzir “filhotes saudáveis”.
Os resultados da pesquisa são benéficos para futuros viajantes do espaço, pois até então os cientistas acreditavam que astronautas, além de correr o risco de câncer e outras doenças devido a exposição à radiação, também podiam ter mutações genéticas em seu DNA que seriam transmitidas para gerações futuras.
Como replicar as condições espaciais na Terra é praticamente impossível, o biólogo Teruhiko Wakayama, da universidade de Yamanashi em Kōfu, no Japão, decidiu submeter o esperma de 12 ratos a um processo de liofilização – procedimento de desidratação onde o produto é congelado sob vácuo e pode durar até 30 anos, permitindo que eles fossem mantidos em temperatura ambiente na Estação Espacial Internacional.
Após retornarem à Terra, os espermatozoides dos camundongos foram reidratados e injetados em óvulos frescos que foram transferidos para camundongos fêmeas. Nasceram cerca de 240 filhotes saudáveis dos espermatozoides mantidos no espaço durante 3 anos, e cerca de 170 nasceram do esperma mantido na ISS por seis anos.
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Ao serem comparados com filhotes de camundongos que ficaram na Terra, não foram apresentadas modificações genéticas.
Apesar de ser um resultado animador, o estudo alerta que as condições da ISS oferecem uma proteção parcial da radiação espacial pelo campo magnético da Terra, impossibilitando reconhecer os efeitos da exposição completa à radiação espacial.
Além disso, sabe-se que a radiação fora do planeta Terra estilhaça moléculas de água presentes no DNA, e o esperma enviado à Estação Espacial Internacional não possuía água devido o processo de liofilização.
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