Cientistas encontram ferramentas de mais de 9.000 anos no fundo de um lago

Por Edson Kaique Lima, editado por Rafael Rigues 16/06/2021 12h46, atualizada em 17/06/2021 12h31
Obsidiana
A obsidiana era usada por povos antigos para a confecção de ferramentas. Crédito: Elo7/Arquivo
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Um grupo de arqueólogos do campus de Arlington da Universidade do Texas (UT Arlington), nos Estados Unidos, tem estudado artefatos e ferramentas de pedra com pelo menos de 9.000 anos. Os instrumentos foram descobertos no Lago Huron, um dos cinco “Grandes Lagos”, e se originaram de uma pedreira de obsidiana localizada no estado do Oregon, que fica a mais de 4.000 quilômetros de distância de onde foram encontradas.

A obsidiana encontrada pelos pesquisadores representa os espécimes mais antigos deste material, e também os que percorreram a maior distância. Além disso, são os primeiros encontrados na Costa Leste dos Estados Unidos.

“Neste caso, esses minúsculos artefatos de obsidiana revelam conexões sociais em toda a América do Norte, 9.000 anos atrás”. declarou a professora assistente de sociologia e antropologia da UT Arlington, Ashley Lemke, ao Phys.org.

Lago Huron é um dos chamados Grandes Lagos dos Estados Unidos. Crédito: David Phelps/PixaBay

“Os artefatos encontrados abaixo dos Grandes Lagos vêm de uma fonte geológica no Oregon, a 4.000 quilômetros de distância, tornando-se uma das distâncias mais longas registradas para artefatos de obsidiana em qualquer lugar do mundo”. “São peças muito pequenas com grandes histórias para contar. Obsidiana do extremo oeste dos Estados Unidos raramente é encontrada no leste”.

Captura cuidadosa

Como o local estava submerso e intocado, os pesquisadores conseguiram recuperar a obsidiana de uma forma sistemática e científica. A obsidiana é uma espécie de vidro vulcânico, que, ao longo da história, foi usada e comercializada amplamente como um material bastante valioso na fabricação de ferramentas afiadas.

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A descoberta no Lago Huron é parte de um estudo bem mais amplo, que tem a função de entender a organização socioeconômica dos caçadores de renas do final da última era glacial. Nessa época, os níveis de água eram muito mais baixos. Os cientistas já encontraram, por exemplo, locais antigos, como paredes de pedra e cortinas de caça, que, hoje, estão a 30 metros de profundidade.

“Esta descoberta em particular é realmente emocionante porque mostra a importância da arqueologia subaquática. A preservação de antigos sítios subaquáticos não tem paralelo em terra e esses lugares nos deram uma grande oportunidade de aprender mais sobre os povos do passado”.

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Redator(a)

Edson Kaique Lima é redator(a) no Olhar Digital

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Rafael Rigues é redator(a) no Olhar Digital