Pesquisadores encontram rara fusão de galáxias triplas contendo buracos negros supermassivos

Por Flavia Correia, editado por Rafael Rigues 16/06/2021 12h43, atualizada em 17/06/2021 12h35
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Fenômenos e eventos astronômicos acontecem o tempo inteiro no universo. E é isso que o torna tão fascinante. Não muito tempo atrás, pesquisadores encontraram sete instâncias separadas de três galáxias colidindo umas com as outras. Dessa vez, uma equipe liderada por Jonathan Williams, da Universidade de Maryland, nos EUA, descobriu outro aglomerado de galáxias triplas se fundindo, mas com um diferencial: este pode ter dois buracos negros supermassivos ativos, o que permite aos astrônomos observarem a dinâmica do sistema de dois dos objetos mais extremos do universo em relação um ao outro.

Imagem das três galáxias se fundindo com dois buracos negros potencialmente ativos. Crédito: VLT / MSU RVB- imagem composta

Para encontrar este sistema único, Williams analisou dados de uma ampla variedade de fontes, como o Very Large Array, o European Southern Observatory, o WM Keck Observatory, o Chandra X-ray Observatory e o Atacama Large Millimeter / Submillimeter Array. Por meio de todos esses dados, ele encontrou o sistema em um pedaço extremamente brilhante do céu, a cerca de 800 milhões de anos-luz de distância.

Cada uma das três galáxias tem características próprias

Particularidades diferem as três galáxias umas das outras. Uma delas é conhecida como tipo Seyfert (grandes discos giratórios que possuem buracos negros supermassivos no centro). 

Outra das galáxias é conhecida como “região de linha de emissão nuclear de baixa ionização”, ou galáxia LINER, que alguns cientistas especulam também conter buracos negros supermassivos em seu centro, fato ainda não provado de forma irrefutável.

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Já a terceira, uma galáxia anã sem nenhum buraco negro supermassivo ativo, está deixando um rastro de poeira e parece estar viajando perpendicularmente à Terra

Segundo o site Phys.org, essa combinação de fatores permite dados sobre as características físicas da fusão que, de outra forma, seriam indetectáveis.

Apesar da riqueza de dados, ainda existem algumas questões a partir deles. As galáxias Seyfert e LINER não agem puramente de acordo com as expectativas desses dois tipos de galáxias. Não se sabe, ao certo, o resultado da fusão dos buracos negros potencialmente ativos dessas galáxias diferentes.

Para obter uma melhor compreensão do que as galáxias realmente são e da física em torno do próprio processo de fusão serão necessários ainda mais dados. A equipe de Williams informa que planeja coletar esses dados adicionais usando o Hubble, “para lançar um pouco mais de luz sobre esta já extraordinariamente brilhante e interessante região do céu”.

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Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.

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Rafael Rigues é redator(a) no Olhar Digital