Starship SN16 ainda pode ser usada em teste hipersônico, diz Elon Musk

Relatos anteriores apontavam para uma aposentadoria antecipada do protótipo de nave espacial da SpaceX, mas CEO da empresa desmentiu informação
Por Rafael Arbulu, editado por Rafael Rigues 18/06/2021 12h06, atualizada em 21/06/2021 11h52
Starship SN10 durante voo de teste
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Apesar de relatos anteriores apontarem o contrário, a Starship SN16, protótipo de nave espacial da SpaceX, ainda pode ter mais um voo para fazer – especificamente, um teste de voo hipersônico, segundo o CEO da empresa, Elon Musk.

No último dia 16, diversos sites e vários usuários das redes sociais registraram o transporte da Starship SN16 para uma estrutura de armazenamento de foguetes resgatados – essencialmente, um “retiro” para os artefatos tecnológicos que não serão mais usados. Musk, porém, respondeu, via Twitter, a um desses canais, ressaltando o teste hipersônico como uma das viagens que o protótipo ainda “pode” fazer.

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Com nove metros de largura, 50 metros de altura e pesando algo entre 100 e 200 toneladas métricas quando vazia, a Starship SN16 foi movida pela SpaceX para um terreno semi pavimentado, sendo posicionada junto à Starship SN15.

Esta última, porém, teve seus três motores Raptor removidos e ela própria já foi desinstalada de uma das duas bases de lançamento orbital há algumas semanas, ou seja, está definitivamente aposentada.

Se as palavras de Musk se confirmarem, então a SpaceX estará, com o perdão do trocadilho, explorando um espaço desconhecido para a Starship. Até hoje, nenhum de seus protótipos foi além de algumas centenas de quilômetros por hora (km/h) de velocidade durante a fase de ascensão.

Mais além, a velocidade máxima possível para o veículo só teria sido atingida durante o momento de queda livre, após atingir a órbita da Terra (ou seja, puxada pela força gravitacional, sem motores ligados).

Diante deste quadro, usar o protótipo para testar – e, com sorte, atingir – velocidades hipersônicas seria algo inédito para a SpaceX. Não são muitos is veículos capazes de atingir esta marca. Alguns exemplos incluem o X-51 Waverider (Boeing) e o míssil Shaurya.

Para se atingir a velocidade hipersônica, o veículo deve ser construído de forma diferente dos métodos comuns: ao contrário do que se vê em aviões comuns ou mesmo naves de alto desempenho (onde os componentes são desenhados separadamente e montados depois), naves hipersônicas geralmente são feitas com o conhecimento do papel de todos os componentes – do corpo aos sistemas, tudo é absolutamente integrado e essencial, pois diferenças de montagem podem gerar variância no fluxo de ar, o que influencia a capacidade de aceleração e velocidade.

Normalmente, naves do tipo também são construídas com metais diferentes, como níquel resfriado ou titânio, para resistir a temperaturas mais altas ou choques súbitos. Afinal, “velocidade hipersônica” é aquela que supera em grande escala a velocidade do som – geralmente, essa marca é classificada como “Mach 5” (cinco vezes a velocidade do som) ou superior, para os mais entendidos.

Elon Musk, como de costume, evidentemente não ofereceu nenhuma previsão para usar a Starship SN16 em qualquer teste hipersônico, então por ora, tudo fica no universo de possibilidades não confirmadas da SpaceX.

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Jornalista formado pela Universidade Paulista, Rafael é especializado em tecnologia, cultura pop, além de cobrir a editoria de Ciências e Espaço no Olhar Digital. Em experiências passadas, começou como repórter e editor de games em diversas publicações do meio, e também já cobriu agenda de cidades, cotidiano e esportes.

Redator(a)

Rafael Rigues é redator(a) no Olhar Digital