A Universidade de Trento está descobrindo mais informações sobre meduloblastoma, que é o câncer cerebral maligno mais comum em crianças e que afeta o sistema nervoso central. Pela primeira vez, os cientistas desenvolveram organoides em laboratório para simular o tecido tumoral e também identificaram o tipo de célula da qual o tumor pode se originar. O objetivo é descobrir qual a célula de origem do câncer cerebral infantil.
O coordenador do estudo, Luca Tiberi, se orgulha do resultado: “Pela primeira vez, usamos um modelo organoide que criamos e desenvolvemos nos últimos meses”. Ele explicou que foi “graças a esses tecidos cancerígenos in vitro em 3D” que foi possível identificar o tipo de célula que pode se desenvolver em meduloblastoma.
Os organoides são cultivados nos laboratórios da Universidade de Trento, gerados a partir da pele ou das células sanguíneas. Os cientistas os usam para compreender os mecanismos genéticos responsáveis pelo câncer cerebral e para explorar novos tratamentos para doenças incuráveis.
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Sendo assim, as descobertas podem levar a avanços na pesquisa do câncer cerebral e, no futuro, podem ser usadas para estudar outros tumores em um ambiente de laboratório com menos custo.
O que são organoides?
Os organóides são gerados a partir da pele ou das células sanguíneas e parecem bolas irregulares do tamanho de um amendoim. Portanto, não são agregados celulares e sim, células especializadas e organizadas que replicam o máximo possível o órgão em estudo.
Esses modelos tridimensionais permitem que os cientistas façam pesquisas em um ambiente de laboratório. É por isso que a equipe de pesquisadores do Laboratório Armenise-Harvard do Departamento de Biologia Celular, Computacional e Integrada – Cibio da Universidade de Trento usou organoides para entender os mecanismos genéticos do câncer cerebral na infância e para encontrar novos tratamentos para esses quase condições intratáveis.
Os tumores cerebrais são a primeira causa de morte por câncer em crianças, pois são muito agressivos e exigem uma abordagem multidisciplinar e integrada. Embora um progresso significativo tenha sido feito no tratamento desses tumores, os pacientes sobreviventes podem sofrer efeitos colaterais de longo prazo que comprometem significativamente sua qualidade de vida.
Fonte: Medical Xpress
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