De acordo com o Boletim Observatório Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgada na última quarta-feira (30), após o avanço da vacinação no Brasil o número de mortes e ocupação de leitos de UTI decorrente da Covid-19 teve uma queda no país.

“A vacinação começa a dar sinais de resultados positivos de forma mais sensível com a ampliação da cobertura de grupos etários de menos de 60 anos. O estudo verificou também que a situação dos leitos de UTI – que atingiu o nível máximo de sobrecarga e colapso em meados de março de 2021 – parece ir se consolidando em patamares melhores, ainda que em cenário de predominância de algum alerta, requerendo cuidados para evitar nova piora”, diz um trecho do boletim.

Segundo informações da Agência Brasil, mesmo com o alto nível de transmissão da doença e um patamar estável mais elevado que o ano passado, foi observada uma queda na incidência das mortes que, para a Fundação, também está associada a vacinação das pessoas de maior risco ao vírus, como idosos, portadores de doenças crônicas e profissionais da saúde.

“Hoje, a cobertura vacinal dentro desses grupos é mais ampla em relação ao restante da população. Ao mesmo tempo, a circulação de novas variantes do vírus pode aumentar a sua transmissibilidade sem que isso represente, no entanto, um aumento no número de casos graves com necessidade de internação”, diz um trecho do estudo.

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O boletim mostra que na última semana de junho a mortalidade média foi de 1,7 mil vítimas por dia, o que corresponde a uma queda diária de 2,5%. Apesar da redução no número de óbitos, a Fiocruz ressalta que a mortalidade ainda é considerada muito alta e “não permite afirmar que haja qualquer controle da pandemia no Brasil”.

Covid-19: mortes e ocupação de leitos têm queda após avanço da vacinação. imagem; Shutterstock
Covid-19: mortes e ocupação de leitos têm queda após avanço da vacinação. imagem; Shutterstock

No caso das internações por casos graves da doença, no mesmo período de junho, tiveram queda no Nordeste e nos estados do Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, no centro-oeste. Entretanto, Tocantins, Paraná e Santa Catarina apresentaram um índice alto tornando a situação ainda preocupante.

No pior momento da pandemia para a ocupação de leitos, em 15 de março, o país chegou a ter 24 estados e o DF em situação crítica ao mesmo tempo. Agora, apenas oito estados da união federativa estão com mais de 80% dos leitos de UTI para covid-19 ocupados – o que ainda é considerado um cenário de alerta. São elas: Distrito Federal (81%), Goiás (85%), Mato Grosso do Sul (88%), Paraná (94%), Roraima (87%), Sergipe (88%), Santa Catarina (92%) e Tocantins (90%).

Com um alerta intermediário na ocupação de leitos estão o Amazonas (63%), Pará (64%), Maranhão (79%), Piauí (76%), Ceará (74%), Rio Grande do Norte (72%), Pernambuco (76%), Alagoas (77%), Bahia (75%), Minas Gerais (75%), Espírito Santo (63%), Rio de Janeiro (63%), São Paulo (76%), Rio Grande do Sul (79%), Mato Grosso (75%).

Na zona de alerta baixo com 60% dos leitos ocupados estão o Acre (37%), Amapá (55%), Paraíba (59%) e Rondônia (58%). Sendo o Acre o estado a mais tempo estável.

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A Fiocruz alerta ainda que, mesmo com a pequena melhora no cenário, as medidas de combate à Covid-19 devem ser seguidas até que seja decretado o fim da pandemia. A instituição chama atenção também para a reorganização do sistema de saúde, que com as quedas pode revisar demandas.

“O sistema de saúde precisa ser reorganizado para atender às demandas relacionadas à covid-19, sejam elas imediatas ou as que se colocarão por um tempo, relacionadas à covid-19 e às suas múltiplas manifestações incapacitantes. Além disso, outros casos, retidos em “fila de espera” neste ano e meio de pandemia, precisam ser objeto de atenção dentro desse processo de reorganização do sistema de saúde.”

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