Um estudo apresentado no Congresso Europeu de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas (ECCMID) descobriu que pessoas que possuem doenças mentais, como esquizofrenia e depressão, possuem maior risco de desenvolver tuberculose (TB).
De acordo com o Medical Xpress, a equipe de Sally Hayward, do Institute for Infection and Immunity, analisou estudos anteriores e coletou 607.184 dados médicos de 1970 a 2020 de indivíduos na Ásia, América do Sul e África.
Os resultados apontaram que indivíduos com depressão tinham entre 15% e 2,6 vezes mais probabilidade de ter tuberculose do que aqueles sem depressão, enquanto a esquizofrenia estava associada a um risco aumentado de 52% e triplicado do risco de também desenvolver a doença.
Em países de baixa e média renda, foi constatado ainda que pessoas que tinham tuberculose possuíam três vezes mais chances de desenvolver depressão se comparado a pessoas que não tem a doença. O que sugere que uma condição pode ‘puxar’ a outra.
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“Nossos dados mostram que indivíduos com doenças mentais, incluindo depressão e esquizofrenia, apresentam aumento na incidência de TB e, portanto, representam uma população de alto risco que poderia ser alvo de triagem e tratamento”, disse a equipe, ressaltando a importância de programas de atenção às duas condições.
“São necessários programas integrados de atendimento à saúde mental e tuberculose, e intervenções que combatam as doenças mentais e seus fatores subjacentes podem ajudar a reduzir a incidência de tuberculose em todo o mundo”, finalizou.
Segundo Hayward, que é a principal autora do estudo da University of London, apesar de já ser sabido que as doenças costumam coexistir, o nível aumentado de ter tuberculose quando se tem depressão ou esquizofrenia chama atenção e deve ser levado em consideração.
“É claro que as condições de saúde mental e a tuberculose costumam coexistir, mas este estudo mostra que a saúde mental pode desempenhar um papel causal no aumento do risco de tuberculose, potencialmente por meio de seu efeito sobre o sistema imunológico. Isso ressalta a importância do trabalho para lidar com o fardo global das doenças mentais e abordar a saúde física e mental de forma holística.”
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