Milhões de pessoas ao redor do mundo sofrem com lesões persistentes na pele. Para essas feridas crônicas, que também são uma das principais causas de amputação, existem tratamentos. Algo corriqueiro para muitos como um curativo, porém, pode ser um empecilho para o cuidado de outros, especialmente de pessoas mais necessitadas. Para solucionar o problema, cientistas norte-americanos estão desenvolvendo um curativo de baixo custo a partir de biopolímero, um composto renovável.

De acordo com a Medical Xpress, pacientes com feridas crônicas avançadas – aqueles que não respondem às terapias tradicionais – são estimados em mais de 45 milhões no mundo todo. O exemplo mais conhecido desse tipo de lesão é a úlcera do pé diabético.

Existem tecnologias eficientes disponíveis para apoiar a cicatrização de feridas crônicas, mas aquelas que podem estimular a regeneração da pele são normalmente derivadas de tecidos naturais colhidos. Isso é complexo e caro, resultando em produtos que custam em média mil dólares.

Além disso, 90% dos artefatos médicos para lesão crônica são comercializados apenas nos Estados Unidos. Quer dizer que, essencialmente, o resto do mundo é deixado de fora. Existe, portanto, uma necessidade urgente para a comunidade científica.

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A fim de mudar essa perspectiva, o pesquisador Morteza Mahmoudi, da Michigan State University, lidera uma equipe para desenvolver um curativo barato para atuar em feridas crônicas.

O projeto vai utilizar biopolímeros, também chamados de polímeros biodegradáveis. Estes compostos químicos são produzidos por meio da ação de seres vivos ou de fontes de energia renováveis, como cana-de-açúcar e milho. Nesse sentido, a invenção deve tornar o tratamento de ferimentos graves mais acessível.

“As feridas crônicas são algumas das coisas mais complicadas que os médicos têm de tratar. Se você quer fazer um curativo que funcione, ele precisa ser relevante para a maioria dos pacientes no mundo. Além disso, tem que ser fácil de usar, prático e barato”, disse Mahmoudi.

Novo curativo a base de biopolimero vai auxiliar no tratamento de feridas crônicas, como a úlcera do pé diabético. Créditos: Suphanat/Shutterstock

O produto ainda se encontra em fase de testes. O que se sabe é que ele será fabricado a partir de compostos prontamente disponíveis. Assim, os custos de produção são mantidos baixos e a equipe pode adicionar outros materiais para melhorar a eficácia do tratamento com um orçamento relativamente pequeno.

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Vale mencionar que o curativo de biopolímero também deverá degradar com o tempo. Isso significa que ninguém teria que trocá-lo ou removê-lo e, potencialmente, agravar o local da ferida.

As projeções iniciais indicam que o produto custará cerca de 20 dólares cada. Mahmoudi acredita que os curativos – se e quando aprovados pelas agências reguladoras – serão acessíveis para muitos sistemas de saúde ao redor do mundo.

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