Há algum tempo, já é sabido que derrames afetam homens e mulheres de maneira diferente. Agora, um estudo recente publicado na revista Nature Communications indica que o motivo pode estar associado ao local do cérebro onde o acidente vascular cerebral acontece.
De acordo com informações do Medical Xpress, o estudo apontou que mulheres sofrem mais derrames do que homens, e de forma mais grave. Seus sintomas também diferem e geralmente incluem fadiga e confusão mental, ao invés das indicações tradicionais como paralisia.
“Frequentemente cuidamos de pacientes com derrame cujos resultados não podemos explicar – e quando digo resultados, refiro-me à deficiência como resultado do derrame”, disse a coautora do estudo, Dra. Natalia Rost, chefe da divisão de derrame do Massachusetts General Hospital. “Muitas vezes não podemos prever quais pacientes ficarão bem e por que, e isso é ainda mais complicado pelas diferenças nos resultados entre homens e mulheres.”

A pesquisa descobriu que o resultado para isso pode estar no local onde a lesão acontece, já que a gravidade do derrame em mulheres segundo o estudo, está associada a lesões (áreas de dano ao tecido) no hemisfério esquerdo do cérebro.
Segundo os especialistas, as lesões do lado esquerdo também ocorrem em homens, entretanto, em mulheres causa uma maior gravidade. “Em nosso estudo, tivemos a oportunidade de vincular lesões específicas à gravidade do AVC em homens e mulheres, e pudemos realmente mostrar que as lesões na parte posterior esquerda [posterior] do cérebro levam a uma gravidade maior de AVC em mulheres do que em homens”. disse a outra autora, Dra. Anna Katharina Bonkhoff, pesquisadora do curso de AVC no MGH.
Para a equipe, a descoberta pode inicialmente ajudar em tratamentos mais “sensíveis ao sexo”, explorando características individuais de cada pessoa.
“Nossos resultados sugerem que há assimetrias cerebrais funcionais específicas do sexo que podem ser importantes para futuras investigações de abordagens estratificadas por sexo para o tratamento do AVC isquêmico agudo”, diz um trecho do documento. “O tratamento do AVC agudo baseado no sexo tem o potencial de aliviar o fardo da doença em um nível de paciente individual, bem como em níveis mais amplos e socioeconomicamente relevantes”, finalizou a equipe.
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Derrames e Covid-19
Desde que a pandemia se instalou por vários países, pesquisadores e médicos investem horas e mais horas procurado entender como o vírus da Covid-19 afeta outras doenças, principalmente as neurológicas. Logo no início de 2020, o Hospital Mount Sinai de Nova York relatou que cinco pacientes mais jovens com o vírus tiveram derrames.
O relatório indicou um aumento definitivo na incidência de AVC entre os pacientes mais jovens ao comparar com uma faixa etária semelhante antes da pandemia do coronavírus. O resultado fez com que os médicos sugerissem através da pesquisa “a realização de testes Covid em todos os pacientes mais jovens com AVC, particularmente aqueles sem condições pré-existentes conhecidas”. Os especialistas têm esperança de que esse e outros estudos ainda ajudarão em uma melhor compreensão da relação do acidente vascular cerebral com a Covid-19 no futuro.
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