No final de julho deste ano, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) reconheceu que as mais antigas evidências arqueológicas de mumificação já conhecidas foram localizadas na América do Sul, na costa ária do deserto do Atacama, no Chile.
As mumificações encontradas pertencem a um povo denominado chinchorro, que habitou a região há mais de 7 mil anos. Elas foram datadas em 2 mil anos antes das já reconhecidas pelos povos egípcios.
O povo chinchorro habitava regiões entre o Chile e o Peru e vivia da pesca. Eles são conhecidos por desenvolver diversas ferramentas para pesca, incluindo anzóis feitos de espinhos de cactos e pontas de arpão.
Mumificação dos chinchorros
Um estudo realizado pela Universidade de Tarapacá, no Chile, demonstrou que o povo chinchorro retirava os órgãos e vísceras dos mortos e depois preenchiam os espaços com vegetais, penas, pedaços de couro, lã e outros materiais.
Os mortos também tinham o couro cabeludo e a pele do rosto retirada, juntamente com o cérebro. O crânio era preenchido com argila, cinzas, pelos de animais e terra.
O estudo apontou que os chinchorros mumificavam apenas crianças e recém-nascidos, mas por volta dos 3.000 a.C., passaram a realizar o procedimento em todas as pessoas que compunham os grupos, que se acredita serem formados por 30 a 50 pessoas.
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“A cultura chinchorro considerava suas múmias como parte do mundo dos vivos, o que explica por que deixavam os olhos e a boca abertos e usavam macas, feitas de fibra vegetal ou pele de animal, para transportá-las”, dizem os pesquisadores.
Diferentemente dos egípcios, foi possível notar que com o decorrer do tempo o processo de mumificação passou a ser simplificado, provavelmente, pelo aumento no trabalho com a “popularização” do processo.
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