Muitos países, incluindo o Brasil, aprovaram um medicamento hospitalar baseado na combinação de anticorpos para evitar o agravamento do quadro de pacientes com fatores de risco infectados por coronavírus. Até recentemente, esse coquetel, chamado REGEN-COV, era utilizado apenas para amenizar os sintomas da doença, já que não havia conclusões suficientes para afirmar sua eficácia na prevenção. Agora, porém, cientistas norte-americanos confirmam que a substância, administradas por via subcutânea, apresenta alta propriedade preventiva contra a Covid-19.

Segundo a Medical Xpress, o amplo estudo, publicado na última quarta-feira (4) no New England Journal of Medicine, teve por objetivo avaliar se o REGEN-COV – uma combinação dos anticorpos monoclonais casirivimabe e imdevimabe – poderia ser usado para prevenir a Covid-19 entre pessoas com exposição contínua, como um único familiar infectado dentro de uma casa com mais pessoas saudáveis, por exemplo.

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Até o momento, não existia dados suficientes para afirmar que o coquetel de anticorpos prevenisse a doença. Ainda assim, pesquisas anteriores apresentaram resultados positivos da indução do medicamento no tratamento de pacientes com fatores de risco, como idosos e pessoas com condições crônicas. À vista disso, o REGEN-COV foi aprovado no Brasil pela Agência Nacional de Saúde (Anvisa), em fevereiro deste ano, mas apenas para uso hospitalar.

Pesquisa indica que medicamento baseado na combinação de anticorpos, já usado para amenizar sintomas de pacientes com fatores de risco hospitalizados por Covid-19, possui também capacidade de prevenir a doença.

A nova pesquisa, realizada em grande escala por cientistas dos Estados Unidos, designou aleatoriamente os voluntários (maiores de 12 anos), que foram inscritos dentro de 96 horas após um contato domiciliar receber diagnóstico de infecção por Covid-19, para receber uma dose total de 1200mg de REGEN- COV ou placebo correspondente, administrado por meio de injeção subcutânea.

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Durante o experimento, os pesquisadores descobriram que a infecção sintomática de SARS-CoV-2 se desenvolveu em 1,5% dos 753 participantes no grupo REGEN-COV e em 7,8% dos 752 participantes no grupo de placebo. Ademais, entre a segunda e a quarta semana, 0,3% e 3,6% dos participantes dos grupos REGEN-COV e placebo, respectivamente, também apresentaram a doença.

Além disso, entre os voluntários que desenvolveram a doença, o tempo médio para resolução dos sintomas foi 2 semanas mais curto com o REGEN-COV do que com placebo (1,2 semanas e 3,2 semanas, respectivamente), e a duração da carga viral também foi menor (0,4 semanas e 1,3 semanas, respectivamente). 

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Vale registrar que não foram observados efeitos tóxicos limitantes de dose do REGEN-COV nos participantes que se inscreveram voluntariamente para contribuir com a pesquisa.

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Dessa maneira, as conclusões do estudo são positivas e indicam que o REGEN-COV subcutâneo evitou a infecção por Covid-19 em pessoas que vivem no mesmo local que uma pessoa contaminada. Além disso, a combinação de anticorpos demonstrou capacidade de reduzir a duração e intensidade dos sintomas, comprovando a efetividade para o tratamento de pacientes hospitalizados, apontada por pesquisas anteriores.

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