Uma nova pesquisa, publicada nesta sexta-feira (6) por cientistas da Universidade de Cambridge, descobriu que a educação na primeira infância e os hábitos de trabalho contribuem para as alterações de saúde cardiovascular na vida adulta, independentemente de ocupação ou renda. Os resultados indicam ainda que os fatores socioeconômicos não são tão decisivos para o desenvolvimento de problemas relacionados ao coração, mas razões psicossociais, como estresse e depressão, podem desempenhar um papel importante.

De acordo com a Medical Xpress, existem diferenças significativas de saúde entre os diferentes setores da sociedade, com aqueles que têm menos escolaridade e ocupam empregos de status mais baixo se mostrando menos saudáveis ​​e com expectativa de vida mais curta, em média, do que os mais privilegiados. Até agora, contudo, não está claro até que ponto os fatores socioeconômicos no início da idade adulta contribuem diretamente para as diferenças de saúde observadas ao longo da vida.

Na busca por elucidar a questão, uma recente pesquisa da Universidade de Cambridge, publicada hoje (6), analisou dados demográficos e de saúde, coletados ao longo de várias décadas, de mais de 12.000 membros da Coorte de Nascimentos Britânica de 1970 – um conjunto de pessoas que tem em comum eventos que se deram nesse mesmo período. O objetivo do estudo consistiu em determinar as contribuições sociais e econômicas para as alterações da saúde cardiovascular na meia idade.

Novo estudo indica que condições socioeconômicas não são as únicas influências para a saúde cardiovascular. Hábitos positivos de educação na infância, experiências de emprego e fatores emocionais podem ser os principais determinantes.

Para o experimento, os cientistas dividiram os dados demográficos em diferentes grupos: condições socioeconômicas, trajetória na educação, tipos de trabalho, ocorrência de desemprego ou inatividade financeira no início da idade adulta (entre 16 e 24 anos), entre outras informações. Eles, então, compararam os dados com fatores de risco para a saúde cardiovascular dos adultos de meia idade (em média 46 anos), incluindo pressão arterial, colesterol e circunferência da cintura.

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Após a análise, os pesquisadores descobriram que aqueles que passaram mais tempo na educação infantil e tiveram experiências de emprego em funções profissionais ou gerenciais durante o início da idade adulta, desempenharam melhores níveis de saúde cardiovascular na meia idade.

No entanto, é importante ressaltar que essa associação não foi inteiramente devido a uma renda mais alta ou emprego de nível superior, sugerindo uma relação independente e de longo prazo entre esses fatores. Em contrapartida, os autores sugerem que o desenvolvimento de comportamentos de saúde ou fatores psicossociais – estresse, ansiedade, depressão etc. – além de longas rotinas de trabalho, pode desempenhar papel determinante para as doenças cardiovasculares.

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“Os resultados sugerem que precisamos fornecer uma rede de apoio aos adultos jovens para permitir o desenvolvimento saudável dos mesmos e prevenir doenças para a maturidade”, concluiu a Dra. Eleanor Winpenny, principal autora da pesquisa.

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