Hackers iranianos atacam israelenses com falsas ofertas de emprego

Um grupo de hackers iranianos conhecido por SiameseKitten atacou diversas empresas israelenses, falsificando identidades de empresas e pessoas
Por Ronnie Mancuzo, editado por Fábio Marton 19/08/2021 14h53, atualizada em 19/08/2021 15h24
mãos e computador para ilustrar um hacker iraniano
Hackers no computador (Pexels/CC)
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Empresas de TI e de comunicação israelenses foram alvo de ataques coordenados de hackers iranianos, segundo relatório da ClearSky Cyber Security. As ações de hacking ocorreram em duas ondas, nos meses de maio e julho de 2021.

O grupo de hackers iranianos chamado Siamesekitten (“gatinho siamês”) falsificava a identidade de empresas israelenses e de seu pessoal de RH (incluindo criação de perfis falsos no LinkedIn) para atingir as vítimas com falsas ofertas de emprego. As ações mal intencionadas começavam com a identificação de vítimas potenciais, que eram então atraídas por ofertas de emprego em empresas bem conhecidas, como a ChipPc e a Software AG.

Os hackers se passavam por funcionários do departamento de recursos humanos das empresas falsificadas e direcionavam as vítimas para um site de phishing, que continha arquivos maliciosos. Esses arquivos de isca assumiam a forma de uma planilha Excel embutida em macro que detalhava as supostas ofertas de trabalho e um arquivo executável portátil (PE), que também trazia um “catálogo” de produtos usados ​​pela organização personificada.

Ao acessarem esses sites, as pessoas tinham suas máquinas invadidas por um malware de backdoor em versões chamadas Milan (em maio), baseada em C++, e Shark (em julho), baseada em .NET. O invasor estabelecia conexões com um servidor remoto e baixava um trojan de acesso de segundo estágio chamado DanBot.

O que os hackers iranianos queriam com os israelenses?

Ao que tudo indica, por terem como foco empresas de TI e de comunicação, o objetivo dos hackers iranianos era facilitar os ataques às cadeias de clientes das entidades israelenses. Como ocorre com outros grupos, é possível que a espionagem e a coleta de informações sejam os primeiros passos para a execução de ataques de falsificação de identidade direcionados a ransomware ou malware wiper.

De acordo com a Clear Sky, o Siamesekitten (também denominado Lyceum/Hexane) atua pelo menos há três anos. No passado, o grupo visava principalmente empresas de petróleo, gás e telecomunicações. Em 2018, o grupo atacou vários países africanos e, em 2019, eles começaram a atacar países do Oriente Médio também.

No primeiro trimestre de 2021, o grupo se concentrou em ataques na Tunísia. A empresa israelense de segurança cibernética diz que esta campanha é “semelhante à campanha norte-coreana de candidatos a emprego, empregando o que se tornou um vetor de ataque amplamente usado nos últimos anos: a falsificação de identidade”.

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Ronnie Mancuzo
Redator(a)

Ronnie Mancuzo é analista de sistemas com especialização em cybercrime e cybersecurity | prevenção e investigação de crimes digitais. Faz parte do Olhar Digital desde 2020.

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Fábio Marton é redator(a) no Olhar Digital