Um novo estudo da University of Rochester Medical Center descobriu que existem quatro perfis de função cognitivas nas mulheres que podem ajudar a entender por que a memória diminui para algumas e não para outras quando elas entram no período da menopausa.

A descoberta aumenta as evidências da relação da condição com a falha de memória e pode ajudar nos tratamentos voltados para essas pacientes. O estudo foi publicado no jornal Climatério e divulgado pelo Medical Xpress.

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“Se entendermos o que acontece cognitivamente com as mulheres durante este tempo, podemos ajudar a normalizar a experiência”, disse Miriam Weber, Ph.D., autora do estudo e professora associada de Neurologia e Obstetrícia e Ginecologia.

mulher se abanando pelo calor da menopausa
Menopausa e as falhas de memória; estudo identifica perfis cognitivos diferentes nas mulheres. Crédito: Fizkes/Istock

Métodos e resultados

Os pesquisadores coletaram dados de 85 mil mulheres entre 40 e 60 anos. Além dos relatos dos sintomas pré-menopausa, níveis hormonais também foram medidos e testes cognitivos foram realizados semestralmente por nove anos. Os dados revelaram quatro tipos de função cognitiva que as mulheres podem experimentar, são eles:

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  • cognição normal;
  • fraqueza na aprendizagem verbal e memória – a capacidade de aprender novas informações e retê-las ao longo do tempo;
  • força na aprendizagem verbal e memória;
  • força na atenção e função executiva – capacidade de multitarefa.

Mulheres que se encaixaram no perfil de força (força no aprendizado verbal e na memória ou atenção e função executiva) tinham menos sintomas depressivos e ondas de calor, enquanto aquelas com fraqueza cognitiva relataram mais distúrbios do sono e sintomas de depressão.

“Esta análise de perfil pode ajudar a identificar as populações em risco e nos permitir realizar intervenções imediatas”, disse Weber. “Isso também pode nos dar uma visão sobre o diagnóstico futuro – por exemplo, quem pode ter maior probabilidade de desenvolver a doença de Alzheimer no futuro. Sabemos que as mulheres correm maior risco de contrair a doença e saber como a cognição é afetada neste estágio pode ajudar nos identificamos quem está em maior risco de declínio cognitivo na vida adulta.”

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Em outros estudos de Weber, ela já havia constatado que algumas mulheres que se aproximavam da menopausa experimentaram declínios na chamada “memória de trabalho”, que é a capacidade de receber novas informações e manipulá-las em suas cabeças, além da capacidade de manter e focar a atenção em uma tarefa desafiadora. 

No atual estudo, o objetivo era entender as diferenças individuais significativas de cada mulher. Segundo um trecho da pesquisa, “as contribuições dos hormônios e dos sintomas da menopausa para funções cognitivas específicas de domínio permaneçam desconhecidas.”

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Em conclusão, o estudo aponta que “existe uma heterogeneidade significativa na cognição durante a perimenopausa [início da menopausa]. Embora a maioria das mulheres não desenvolva deficiências, uma minoria significativa apresenta deficiências no aprendizado verbal e na memória. A análise de perfil pode identificar as populações em risco e informar as intervenções”, antecipando problemas cognitivos maiores.

A menopausa marca o fim da vida reprodutiva da mulher, que geralmente ocorre a partir dos 40 anos. No entanto, casos precoces existem, iniciando sintomas leves a partir dos 30, por exemplo. Os sintomas da menopausa podem ocorrer até 10 anos antes da transição completa para o período.

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