O telescópio espacial James Webb terá, finalmente, seu lançamento em 18 de dezembro de 2021. A agência espacial americana Nasa confirmou a data após assegurar que o sucessor do Hubble, avaliado em US$ 10 bilhões (R$ 52,72 bilhões), passou nos testes finais de integridade e funcionalidade.

A informação foi confirmada também pela agência espacial europeia (ESA) e pela Arianespace SA, a empresa privada responsável pelo lançamento, que será feito a bordo de um foguete Ariane 5 saído da base de lançamento em Kourou, na Guiana Francesa.

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Alguns dos adiamentos são compreensíveis: o telescópio James Webb será lançado integralmente, com todos os seus 20 metros de extensão e equipamentos de leitura já acoplados no foguete, que contará com 178 dispositivos especiais de “empurrão”, ou seja, quando ele chegar à distância pré-determinada, ele literalmente vai “soltar” o telescópio, deixando-o à deriva no espaço até ele atingir seu ponto de parada.

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Todos esses sistemas deverão sair da Terra em pleno funcionamento, uma vez que sua posição final no espaço impossibilita que missões futuras sejam enviadas para manutenções de rotina: o James Webb ficará na área conhecida como “Ponto de LaGrange L2”, a 1,5 milhão de quilômetros (km) entre a Terra e o Sol – quatro vezes a nossa distância da Lua.

A participação da ESA no lançamento do telescópio se dá como uma troca de favores: a agência europeia deixará a Nasa usar a sua estrutura para o foguete, obtendo assim a permissão de tempo de observação espacial pelo objeto.

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Segundo seus aspectos técnicos, o telescópio espacial James Webb será consideravelmente mais poderoso que o Hubble – algo perto de 100 vezes mais aprimorado, aliás, de acordo com o seu site oficial. Com isso, ele será capaz de observar frequências de luz bem mais longas do que o seu predecessor – basicamente, enxergará galáxias bem mais antigas, quase primordiais.

Além disso, a própria ESA e a Arianespace tiveram problemas do seu lado: o foguete Ariane 5 apresentou problemas na carenagem que armazena suas cargas, ficando desativado entre agosto de 2020 e julho de 2021. A empresa, porém, disse ter promovido uma reformulação de design que resolveu a falha, com um lançamento de teste sendo realizado com sucesso em 30 de julho deste ano.

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A empresa ainda tem dois lançamentos – satélites, especificamente – antes de dezembro. Se tudo correr bem, o foguete estará pronto para um dos maiores projetos da astronomia moderna. 

“A ESA está orgulhosa com o lançamento do James Webb em um foguete Ariane 5 especialmente adaptado para essa missão”, disse Daniel Neuenschwander, Diretor de Transportes Espaciais da agência europeia. “Nós estamos dentro do cronograma, o ‘espaçoporto’ está preparado para essa carga extraordinária, e os componentes do Ariane 5 para esse lançamento estão funcionando bem. Estamos no máximo de nosso compromisso, junto de outros parceiros do [James] Webb, para o sucesso dessa missão única em nossa geração”.

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